Decisão do presidente Lula inquieta centrais sindicais, mas, sobretudo, torna mais complicada a situação do ex-senador paraense, que terá como alternativa disputar a Sudam, enfrentando a família Barbalho e governadores da Amazônia interessados no cargo/Fotos: Divulgação.

O cineasta italiano Roberto Benigni foi premiado com o Oscar, em 1999, pelo filme “A vida é bela”. No Brasil do governo Lula, o ex-senador Paulo Rocha não deve comungar desse sentimento, mesmo que seja considerado amigo do presidente e com o qual, em priscas eras, chegou a dividir alojamento, palcos, salas de reuniões e palanques da vida.

Para o ex-senador, apeado do cargo a fórceps manejados pelo ‘companheiro’ Beto Faro, afinal eleito contra todas as probabilidades, mas com supostas e nada republicanas facilidades, caberia a expressão ‘a vida e uma tragédia’, ao menos no atual momento político.

Com todo respeito ao ex-senador paraense e ao seu profícuo legado político, as expectativas sobre seu futuro, aparentemente planejadas e traçadas sem margem de erro, parecem ter descarrilhado sob o peso político da Central Única dos Trabalhadores no governo Lula.

Pá de cal

Semana passada, por exemplo, Lula nomeou Vagner Freitas para o comando do Serviço Nacional da Indústria, o Sesi, cuja vaga era dada como certa para Paulo Rocha. Vagner Freitas, ex-presidente nacional da CUT, já integrava o atual governo Lula como secretário-executivo do Ministério do Trabalho e sua nova nomeação assanhou os arraiais no PT.

Pedras no caminho

As demais centrais sindicais têm questionado o governo Lula sobre o que consideram ‘excessiva influência’ da CUT no Ministério do Trabalho, pasta à qual o Sesi é vinculado. Mas, no caso paraense, a questão é outra e atinge diretamente o ex-senador Paulo Rocha: o ex-senador, que iria para o conselho nacional do Sesi, agora terá que disputar o cargo de superintendente da Sudam, que é cobiçado pela família Barbalho e por outros governadores da Amazônia Legal.

Com tantas pedras no caminho, a vida não deve ‘estar bela’ para Paulo Rocha; muito pelo contrário.

Figura de linguagem

Os anais políticos costumam destacar a figura de Vagner Freitas com um acontecimento inusitado ocorrido ainda nos estertores do governo Dilma, que agonizava ante a ameaça de impeachment, nos idos de 2015, quando defendeu montar trincheiras nas ruas, de arma em punho, contra quem tentasse ‘derrubar a presidenta’…

Dias depois, Vagner se justificaria, alegando que apenas usara uma figura de linguagem.

Papo Reto

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  • Deputada em primeiro mandato, Lívia Duarte, do Psol (foto), começa a fazer história na Assembleia Legislativa do Estado. É dela o projeto de lei que concede licença menstrual de três dias.
  • A favor da parlamentar conta – se alguém duvidar de suas boas intenções – que a Espanha, em caráter pioneiro, aprovou lei semelhante. No mínimo pode-se dizer que Lívia tem ideias de primeiro mundo. 
  • A Escola “Maria Gabriela Ramos de Oliveira”, a que não tem freezer e perdeu o frango da merenda dos alunos, fica no Conjunto Maguari, à avenida Augusto Montenegro, em frente à sede da Seduc, e não no Conjunto Maguari, de Ananindeua, como saiu aqui.
  • Isso posto, a título de esclarecimento, fica a pergunta: será que o lixo foi recolhido pela Prefeitura de Belém, ou teve o destino selado pelo próprio pessoal da escola?
  • Cliente de um shopping-center na região metropolitana surtou, ontem, e obrigou a direção do estabelecimento a chamar o Corpo de Bombeiros.  
  • A corporação atendeu ao chamado imediatamente, inclusive com a recomendação do shopping: com discrição e sem o giroflex ligado, para não espantar a freguesia.
  • Leitor atento da coluna chama a atenção para o comercial do Banco Itaú, que tem como garoto propagando o piloto de F-1, Lewis Hamilton.
  • Diz o leitor que o slogan “movimento” ou “movimentando” foi usado há uns 20 ou 30 anos como mote publicitário do Banco da Amazônia.
  • A tilápia tem reinado absoluta no mercado brasileiro de peixes. Fatores como proteína de alta qualidade, preço competitivo e preparo fácil fazem com que conquiste espaço a nados largos e, até 2030, deve responder por 80% da produção nacional.
  • Nesse ritmo, o Brasil assumirá o posto de terceiro maior produtor mundial dentro de três ou quatro anos. Hoje, o País está na quarta posição, com 8,4% do volume global, atrás apenas de China, Indonésia e Egito. 
  • Espécie de zumbi do mercado de ações, a telefônica Oi, apesar de financeiramente ‘morta’ ainda perambula entre o mercado financeiro e os tribunais em busca de sobrevida.
  • Aliás, planejando entrar com um novo pedido de recuperação judicial nessa próxima semana.
  • O falastrão presidente da França, Emannuel Macron, diz que “a Europa está pronta para a guerra prolongada” e que “a Rússia não pode vencer essa batalha”. Isso é que é tentar apagar fogo com gasolina.