Enquanto no Pará o trem, pelo que se sabe, já passou, ou descarrilou, no Mato Grosso a Rumo, empresa de logística ligada ao Grupo Cosan aprovou o início das obras de extensão de sua malha ferroviária ainda neste ano, mas ganhará tração a partir de 2023.
O Projeto Ferrogrão, que previa a construção da malha viária paraense, está paralisado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – e sem data para retomada -, a pedido da deputada federal Vivi Reis, do Psol, que não se reelegeu. Assim, o projeto de extensão da malha de Mato Grosso é visto com preocupação no Pará: representa uma ducha de água fria na extensão da malha logística rumo ao Norte, ameaçando as estruturas operacionais em Miritituba e Santarém, no oeste, e Barcarena, nordeste do Pará, uma vez que a carga corre o risco de voltar a ser escoada pelos Portos de Santos e Paranaguá.
No caso de Mato Grosso, trata-se de um grande empreendimento para estender a Malha Norte, que hoje chega a Rondonópolis, até o Norte do Estado, em Lucas do Rio Verde (MT), com mais de 700 km de ferrovias novas. O valor total do investimento deverá ficar entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões, segundo projeção atualizada da empresa
Construção por etapas
O projeto, porém, deverá ser construído em etapas. A primeira fase, iniciada agora, terá cerca de 210 km, de Rondonópolis até Campo Verde. O investimento previsto é de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões. A projeção é concluir o trecho até o fim de 2025, para que a operação se inicie no primeiro trimestre de 2026.
10 milhões de toneladas
Com a primeira etapa do empreendimento, a Rumo já deverá ampliar a capacidade de movimentação da ferrovia em ao menos 10 milhões de toneladas. Com isso, a Malha Norte passará de uma capacidade atual de 25 milhões de toneladas por ano para 35 milhões de toneladas. Esse incremento é um primeiro passo. O terminal que será construído em Campo Verde poderá chegar a até 30 milhões de toneladas.