Extração ilegal de minério, cujo transporte ocorre durante a madrugada nas rodovias estaduais praticamente sem controle, virou ameaça até para a mineradora Vale. Ações pontuais da Polícia Federal são insuficientes, e pior: esse filho ninguém quer adotar – nem a União, nem o Estado e nem os municípios/Fotos: Divulgação.

A Polícia Federal e a Agência Nacional de Mineração deflagraram ontem mais uma operação contra alvos de extração ilegal de manganês nas regiões de Curionópolis e Marabá, sudeste do Pará. A informação é do “Estadão” que, recentemente, denunciou suposto controle da região pelo crime organizado, depois de fazer o cruzando de áreas de mineração concedidas à Vale com imagens de satélite, expondo a atuação de máquinas e caminhões ilegais em extrações clandestinas.

As ações ocorrem nas proximidades da Vila Alto Bonito, zona rural entre Curionópolis e Marabá. O alvo são as máquinas de trituração utilizadas nas áreas conhecidas como “JK”, “Paraíba” e “Luquinhas”. As operações policiais, que também contam com apoio da Polícia Rodoviária Federal, se encerram hoje.

Segundo o “Estadão”, a mineradora Vale, dona de direitos minerários em oito grandes áreas de Marabá, tenta vender esses títulos a outras empresas. A mineradora nunca fez extração do manganês em suas áreas, mas as viu invadidas nos últimos anos pela extração ilegal. Na prática, a Vale tenta escapar, agora, do enorme passivo ambiental que passou a acumular nas áreas em que possui direito de mineração. Na oferta que fez a interessados no negócio, a empresa declarou que não iria levá-los para visitas técnicas na região por medo dos invasores.

Divulgação