Na foto da última operação de fiscalização de mercadorias em trânsito na PA-150, o “corredor do minério”, Amadeu Fadul, o homem de confiança do homem de inteira confiança do governador Helder Barbalho na Secretaria/Fotos: Redes Sociais-Whatsapp.

Por mais que o superpoderoso fiscal de Receitas Estaduais Paulo Sérgio de Melo Gomes mantenha seu homem de confiança, Amadeu Fadul, na linha de frente das operações de Fiscalização de Mercadorias em Trânsito da Secretaria da Fazenda, veículos bitrens continuam atropelando o Estado carregados de minério ilegal extraído na região sul e sudeste do Pará para desembocar tranquila e calmamente no Porto de Vila do Conde, em Barcarena. É a mesma batida todo santo dia. Às vezes, como que para quebrar a rotina, caminhoneiros enfezados com a fiscalização ameaçam atirar seus veículos sobre viaturas da Polícia Militar e do Detran, parceiros da Sefa nas operações.

A alma do negócio

O auditor fiscal Amadeu Fadul é o homem de confiança do fiscal de receitas Paulo Sérgio de Melo Gomes, que é homem de inteira confiança do governador Helder Barbalho. Paulo Sérgio de Melo Gomes manda mais na Secretaria da Fazenda do que o secretário Renê Júnior. Seu poder de fogo é extraordinário, uma vez que, na condição de fiscal, determina se a arrecadação do Estado ganha ou perde. E quanto. Amadeu Fadul entra como ponta de lança nesse intrincado jogo. Curiosamente, embora não exerça qualquer função de chefia na estrutura da Secretaria da Fazenda, é quem manda nos postos fiscais.

Do nada para o nada

Semana passada, na PA-150, trecho Goianésia-Tailândia, lá estava Amadeu Fadul comandando uma operação que não apreendeu nada, mas rendeu fotos para as redes sociais. Sob seu olhar contemplativo, ora benevolente, ora rigoroso, passavam carretas e bitrens carregados rumo ao Porto de Barcarena. Amadeu Fadul se destacava pela jaqueta oficial com a logo da Secretaria. No final da operação consumida pelas horas, Amadeu Fadul cumprira seu papel de fazer “capa” para a fiscalização de contrabando – que o digam a Polícia Federal e a Justiça Federal em Belém, que seguem enxergando muito pouco por causa da cortina de fumaça que envolve as operações do Estado.

Mudança de figura

Para não dizer que operações dessa natureza sempre obtêm resultado zero, quando a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal entram em cena, veículos são apreendidos por falta de documento hábil para o transporte desse material, ou pelo uso de documentação falsa ou fria, que a Secretaria da Fazenda do Estado não vê com o mesmo olhar, apesar de serem ilícitos corriqueiros no “corredor do minério” que é a PA-150.