Se nada der certo por aqui, do Parlamento Europeu a Imerys não escapa. É o que espera o Partido Verde do Pará, empenhado na cobrança de respostas e responsabilidades pelo incêndio ocorrido no último dia 6, em um galpão da multinacional francesa localizado no distrito industrial de Vila do Conde, em Barcarena.
O PV garante que a Imerys sabia dos riscos envolvidos no uso e armazenamento do produto químico hidrossulfito de sódio, cuja combustão provocou o acidente. Apesar de conhecer o perigo, não tomou as precauções necessárias, sequer possuindo um plano de contingência para agir em caso de sinistro.
Enquanto espera manifestação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, que tem 20 dias para responder ao requerimento de informações protocolado na última sexta-feira, o PV do Pará já enviou um dossiê do caso para o Global Green, entidade que congrega todos os Partidos Verdes do mundo e que tem assento no Parlamento Europeu.
Ocultar e minimizar,
eis a prática da Imerys
A situação se agrava para a Imerys porque, no dossiê, constam informações coletadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, Associação de Desenvolvimento Comunitário de Vila do Conde, Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional e encaminhadas também ao Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. As circunstâncias denunciadas pelas entidades também foram constatadas por uma comissão de deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Pará. A comissão da Alepa garante que a licença ambiental da Imerys não é válida e sua operação estaria irregular desde 2012.
Em matéria publicada pelo blog Uruá-Tapera, a Imerys também é denunciada por não acionar a sirene de alarme na hora do incêndio. “Não avisou a população e muito menos a protegeu do perigo”, denuncia a jornalista Franssinete Florenzano. A jornalista e outros denunciantes também destacam que este é o décimo acidente relacionado com as atividades da Imerys no Pará. “A conduta da empresa é sempre a mesma: ocultar o fato e minimizar as consequências, sem prestar assistência às vítimas”, lembra Franssinete.