Desde 2020, as informações de irregularidades na campanha do filho do deputado estadual Antônio Tonheiro povoam o imaginário da região nordeste do Pará. A justiça demorou, mas chegou/Fotos: Divulgação-Redes Sociais-Whatsapp.

O Procurador Regional Eleitoral, José Augusto Torres Potiguar, acolheu denúncias fartamente divulgadas antes, durante e depois das eleições de 2020, no município de Irituia, nordeste do Pará, dando conta de supostos atos ilegais – compra de votos e abuso de poder econômico – cometidos pelo então candidato Marcos Tonheiro, do MDB e sua vice, Letícia Lopes, do PTB, eleitos com mais de 10 mil preciosos votos.

O parecer do Ministério Público Eleitoral se baseou em um calhamaço de provas documentais que, segundo o procurador, atestam o uso da Rádio Nativa FM, pertencente à família Tonheiro – e da qual Marcos era diretor -, em farta distribuição de cestas básicas e peixes na captura de sufrágios.

Considera ainda o parecer do Ministério Público Eleitoral as provas do uso de outdoors, trio-elétrico e até telão em comícios, o que é amplamente vedado pela legislação eleitoral que ninguém respeita.

A gestão de Tonheiro em Irituia tem sido marcada, segundo a oposição, pela falta de transparência nos atos, nepotismo e fraude em licitações, o que, naturalmente, é negado pelo prefeito, para quem a expressão fake news, como para todos, convence a Justiça e alimenta a injustiça.

Veja trechos do processo

Abre aspas: Trata-se, na origem, de ação de impugnação de mandato eletivo ajuizada pela Coligação “Em defesa de Irituia” (DEM-PTB) contra o candidato a prefeito, Marcos de Lima Pinto e a candidata a vice-prefeita, Letícia Lopes da Silva, por abuso de poder econômico e compra de votos nas Eleições de 2020 no município de Irituia.

Relata-se que o candidato a prefeito Marcos Tonheiro, por meio do Grupo Econômico Tonheiro e da Rádio Nativa FM, teria praticado diversos atos abusivos e ilegais com viés eleitoreiros, tais como distribuição de peixes e cestas básicas no ano de 2020, através de eventos da Rádio Nativa, da qual era diretor; utilização indevida de outdoor em pré-campanha e telão em comício; uso indevido de trio-elétrico do Grupo Tonheiro em campanha eleitoral; distribuição de aterros em comunidades rurais; colocação de bandeiras na cor partidária em frente às casas em troca de pagamento; realização de festa de aniversário da Rádio Nativa FM no ano de 2019 em praça pública, com utilização de recursos públicos liberados por emenda parlamentar do deputado Antônio Tonheiro; e compra de votos supostamente pelo senhor Messias e senhora Naza Costa. Fecha aspas.