Grupo de Whatsapp de jornalistas reage às ameaças de suposto “presidente de autarquia” feitas através de colunista e blogueiro “bom de recado”.

Por Olavo Dutra – Colaboradores

Esta não é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com personagens reais não será mera coincidência.

Nada pior do que uma segunda-feira, como diria gato Garfield; ou nada melhor do que uma sexta-feira, como pregam alguns jornalistas depois de uma semana de trabalho. Mas, depende, como se verá a seguir.

O colunista e blogueiro Marcelo Bacana jogou água no chope de muitos jornalistas na última sexta-feira com uma publicação nas suas redes sociais. A reação foi grande e imediata. A nota era uma ameaça velada supostamente pronunciada por presidente de uma autarquia segundo o qual, a partir de agora, iria levar até as últimas consequências – com processos judiciais e cobrança do teto máximo em indenização por danos morais – quem se atrever a publicar qualquer notícia contra o dito cujo e sua gestão. Mesmo sem identificar o autor, a bolsa de apostas estourou entre jornalistas que se sentiram ameaçados: onze entre dez palpites acertaram o alvo, isto é, o autor do recado infame.

Como a categoria já está mais do que vacinada contra essa recorrente e desqualificada tática, o tiro acertou o pé não só de quem mandou o recado, mas o do próprio mensageiro, o que não foi bacana.  Afinal, recados desse tipo tentam envernizar culpados, ou quem tem culpa formalizada em cartório, que, ameaçado por denúncias de supostos malfeitos na gestão da coisa pública se acha no direito de ameaçar, arrotando poder, ao invés de botar a cara na janela e se explicar.

Uma cidade de muro baixo 

Batendo a casa dos 4.5 atrás da máquina, este que vos escreve nem precisaria de todo esse tempo para repetir que Belém é cidade de muro baixo. Tão baixo que permite aos mais atentos identificar impressões digitais de malfeitos deixadas ao longo do tempo, não bastassem os apontados na gestão do atual governo do Estado, capazes de fazer corar até a família Barbalho. O passado, porém, é mais atrás e guarda acontecimentos do chamado “arco da velha”.

Casos “do arco da velha”

Nem a propósito, o recado do qual, na vera, só se conhece o mensageiro e o conteúdo, virou tema de conversa de um animado grupo de sócios da Assembleia, o clube, como diria Romulo Maiorana – ou seria Hélio Gueiros? Pessoas ligadas aos “embalos de sábado à noite” falavam dos idos dos anos 1990, início dos anos 2000, em que certo promoter transitava com desenvoltura no high society de Belém, apontando o famoso point Casablanca como cenário de busca de clientes e negócios.

Belo dia, segundo o grupo, o tal promoter, useiro e vezeiro em receber antecipado para organizar e promover eventos  festivos, tomou chá de sumiço, caso que voltaria a se repetir até o dia em que mais e mais pessoas acusavam o golpe do evento que não aconteceu, chegando às páginas policiais dos jornais da época. A falcatrua envolveu até um famoso advogado, ex-presidente da OAB.

Eu, hein, nem pensar…

A coluna preserva o nome do promoter, o que não foi o caso do animado grupo de sócios da Assembleia, o clube, como diria Hélio Gueiros – ou seria Romulo Maiorana? -, pela mesma razão que o mensageiro protege o autor da mensagem – e porque não quer ser a primeira vítima do que se prenuncia furiosa reação contra jornalistas.