O que já está ruim tende a piorar: atrasos de pagamento a profissionais nos prontos-socorros e atendimento parcialmente comprometido nas unidades de pronto atendimento administrados pela Prefeitura de Belém devem desaguar na precarização mais aguda dos serviços neste final de ano, conforma avaliam profissionais e médicos.
No Pronto-Socorro da 14 de Março, retaguarda no atendimento, a expectativa é de paralisação dos serviços a partir de amanhã, juntando-se ao PSM do Guamá, que vem funcionando a meio pau desde o último dia 10, e o Maradei, ambos atingidos por atrasos de pagamento.
A ameaça de paralisação no PSM da 14 acendeu o sinal de alerta na prefeitura, que tenta contratar plantonistas fora das cooperativas “pagando mais” pelos plantões de urgência das festas de fim de ano, mas não está conseguindo. Os poucos profissionais que ficarão em Belém na virada do ano não acreditam que receberão por esse trabalho.
Falta de medicamento
O que se diz é que os usuários da rede básica de saúde estão sem atendimento até de material de primeiros-socorros nas Unidades de Pronto Atendimento. Na última semana, por exemplo, as unidades dos bairros do Jurunas e da Terra Firme estavam completamente zeradas.
A falta inclui medicamentos básicos como dipirona. A Secretaria de Saúde de Belém chegou a divulgar nota na primeira semana deste mês dando conta de que já estava fazendo a distribuição, com uma remessa adquirida de urgência, mas foi tão pequena que tiveram de eleger algumas unidades.
Desabastecimento é geral
Segundo a nota, a Secretaria ‘empreende todos os esforços para reabastecer a rede municipal de saúde da capital com medicamentos e insumos’. A Sesma iniciou a entrega de uma leva de medicamentos e insumos e faz a distribuição nas unidades de saúde da rede do município.
A Secretaria reforça que ‘o desabastecimento é um problema mundial, gerado na pandemia da covid-19 e agravado pela guerra na Ucrânia, o que tem afetado várias cidades brasileiras e em Belém não é diferente.
A nota esclarece que a Confederação Nacional dos Municípios, com dados de mais da metade (57%) das cidades brasileiras, que 65% desses municípios sofrem com falta de medicamentos, tanto na rede pública quanto na privada. E conclui: a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria, segue trabalhando para amenizar essa situação e normalizar o fornecimento destes medicamentos e insumos na rede de saúde.
Papo Reto
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