Senador de 2007 a 2015, Mário Couto, setentão marajoara, não tem medo de rico, de riqueza ou de gastança. “Quem decide é o eleitor” virou mantra para o homem que tem pela frente candidatos apoiados pela máquina do Estado/Fotos: Divulgação.   

Não existe nome definido para ocupar a vaga de primeiro suplente de Mário Couro na corrida ao Senado. O segundo está fechado. O setentão, nascido em Salvaterra, no Marajó, pai da deputada estadual Cilene Couto e senador da República de 2007 a 2015 mede passos e palavras nessa empreitada, mas não se mostra apressado. Para ele, “dinheiro não ganha eleição; quem decide é o eleitor”. Não seria exagero dizer que Mário Couto desfila na atual disputa como quem, trajado a rigor, comanda uma escola de samba na avenida, o que conhece muito bem. Aliás, Mário Couto conhece, e muito, o jogo do bicho – e dos bichos.

De pelo menos três sondagens feitas para escolha do primeiro suplente, Mário Couto quase fechou uma, mas ficou no “quase”. Sem pressa. O candidato, grande e poderoso empresário do sudeste do Pará, conhecido de outra refrega política, pediu tempo para conversar com a família. A família pensou nos negócios, nas consequências e no futuro e decidiu refugar. O reinado tem dono e o dono mete medo. Resposta de Mário Couto: “Concordo, vá cuidar dos seus negócios, que são promissores, e da família”. O interlocutor ficou desconcertado.

Hoje de manhã, depois de reuniões, uma atrás da outra, um carnavalesco Mário Couto abriu seu arco-íris de lembranças, confessou ser um dos maiores amigos de João Bosco Moisés – nosso amigo do Rancho que partiu para comandar outra escola -, e que a pressa é inimiga da perfeição – o que parece se coadunar com o momento político do Pará.

É que neste Parazão de várias línguas e culturas diversas, Mário Couto fala a língua que deveria ser universal: não importa que seja rico ou pobre, preto ou branco, homem ou mulher – temos candidatos à primeira suplência de norte a sul do Pará. Sem pagar por isso.

Carta fora do baralho

Correu boato, hoje, dando conta de que, pressionado por amigos e correligionários, o ex-governador Simão Jatene teria se filiado a um partido político de oposição ao governador Helder Barbalho, o “quase eleito”, e retomado encontros e reuniões com vistas a retomar sua candidatura, que nunca decolou do ponto zero ao ponto que marca as eleições de outubro deste ano, na tentativa de voltar ao governo do Estado. Apenas boatos que, por óbvio, causam certo desconforto, tanto no térreo quanto nos altos.

A verdade é que Jatene está definitivamente fora da disputa, por razões já fartamente esclarecidas por ele mesmo – a última, em um vídeo de ampla circulação nas redes sociais. O ex-governador está inelegível e não se submeteria a concorrer na condição sub-judice, até pelo fato de que, nessa condição, seu nome nem apareceria nas urnas de votação.