O Mapa de Exclusão Social do Pará de 2020, que apresenta os números de 2019, também está equivocado em vários indicadores. Na segurança pública, por exemplo, na taxa de homicídios, o Estado deixou de cruzar os números de mortes violentas intencionais do Sistema Integrado de Segurança Pública com os números do Sistema de Informações de Mortalidade (Sim), do Ministério da Saúde. Isso porque, em 2017 e 2018, o Pará passou a usar nova metodologia, incluindo mortes violentas intencionais – homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte -, que apareciam registradas no Sim e não apareciam no banco de dados da segurança pública. Obviamente, os números de 2017 e 2018 foram construídos com metodologia mais abrangente e transparente, enquanto 2019 o estudo foi mais restrita, contemplando somente o banco de dados da segurança pública. Nesses termos, com metodologias diferentes, os números ficaram incomparáveis, resultando qie a redução de homicídios pode até ter ocorrido, mas as taxas divulgadas podem estar fora da realidade.
Fapespa justifica metodologia
O professor Marcel Botelho, presidente da Fapespa, órgão encarregada da elaboração do Mapa da Exclusão Social do Estado, não concorda com a ideia de que a metodologia usada no caso dos índices da distribuição de renda tenha sido manobra para mascarar ou melhorar os índices. Segundo ele, com base em dados anteriores, o resultado apontado pela coluna referente a 2021 “nem é o melhor resultado da série histórica”. Além disso, explica que a metodologia foi usada em função da não disponibilização dos dados pela fonte oficial.
Cálculo baseado em lei estadual
Segundo o presidente da Fapespa, o cálculo efetuado pela Fundação no Mapa da Exclusão, no que diz respeito à taxa de pobreza baseada no emprego formal, cuja base de dados é a Rais e o Caged, foi estabelecida em lei em 22 de dezembro de pelo então governador Simão Jatene e a Fapespa sequer poderia alterar o cálculo estabelecido pelo governador, pois está previsto em lei – Lei 8327 – que regulamenta e altera o cálculo que poderia ser feito na diferença entre os estratos de ricos e pobres.
Melhorias na qualidade de vida
No rastro dos debates sobre o Mapa da Exclusão, a coluna ouviu fonte do governo para quem, durante 2O anos, o Pará situava-se em penúltimo lugar em índices de IDH e aparece bem melhor agora, embora ainda esteja longe do ideal. E acrescenta que, mesmo em época de pandemia, com economia retraída, “os programas de distribuição de renda do governo vão muito além do que foi feito pelo nos últimos seis governos, o que justificaria o fato de o Pará ter sido o Estado com melhoria nas condições de vida em 2021”.
Papo Reto
- Para quem não acredita na nova onda de Covid-19 em Belém: a Agência Cidade Velha do Banpará fechou as portas porque os funcionários foram contaminados pelo vírus. Duas agências do Bradesco, uma na Pedreira, fizeram o mesmo.
- Segundo a Controladoria Geral da União, os desvios de verbas da saúde no Pará podem chegar a R$ 1,6 bilhão, daí o Estado ser considerado campeão nacional da corrupção na pandemia.
- Cresceu 20,6% a contratação de empregados temporários em 2021. Nada, nada, em janeiro a dezembro foram 2,4 milhões de admissões, contra 2 milhões no mesmo período de 2020 e 1,4 milhão de 2019.
- Criminosos virtuais miram cerrado no Tribunal Superior Eleitoral na tentativa de minar o processo de monitoramento e divulgação das eleições.
- Com exceção de Roraima e do Rio de Janeiro, todos os demais Estados estão com indicador de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Grave na tendência de longo prazo.
- As enchentes dos rios Tocantins e Itacaiúnas são consideradas as maiores dos últimos 20 anos.
- Quando a Petrobrás baixa o preço da gasolina na refinaria, o impacto da queda nos postos, quando chegam, é só pela metade do que deveria e ainda assim a passos de cágado.
- Mas, basta um simples anúncio de subida para o preço ao consumidor entrar em vigor. Parece cartelização.