Desistência da Odebrecht abre vácuo no projeto e complica os planos de inauguração do governo

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Representantes da Construtora Marquise, do Ceará, segunda colocada na licitação que deu à Odebrecht as obras do BRT Metropolitano, estiveram em Belém, dias desses, a chamado do Núcleo de Gerenciamento Metropolitano. Tecnicamente, a empresa cearense assumiria as obras, em caso de desistência da vencedora, o que, a esta altura, não é bem assim. A Odebrecht entregou o projeto acusando problemas técnicos considerados “incontornáveis” – mais de 50 inconsistências no projeto original -, deixando o abacaxi para ser descascado por quem de direito. A Marquise avalia se assume essa herança, enquanto a obra segue parada e deixa o governo Helder Barbalho em saia justa ante a população, que aguarda a inauguração do corredor, e os japoneses, que bancam o projeto.

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“Parcero” vigilante

Atende pelo nome de José Clóvis Rodrigues o Nº 30 da lista de pessoas presas pela Polícia Federal na “Operação Reditus”, segunda fase da “Operação S.O.S.”, de combate ao desvio de dinheiro da saúde no Pará. Avesso a fotografias, por óbvio, Zé Rodrigues (foto) é considerado “copa e cozinha” do governador Helder Barbalho, a quem chama de “parcero” e suposto financiador das campanhas políticas. Contra Zé Rodrigues pesa o fato de manter vínculos com duas perigosas organizações sociais para a saúde da população paraense, a Santa Casa Pacaembu – convenientemente defenestrada do “Abelardo Santos” e a Panamericano.

Ligações suspeitas

José Clóvis Rodrigues foi preso preventivamente pela Política Federal acusado de peculato; crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; crimes da lei de licitações; promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa e cumpre prisão temporária no Centro de Recuperação Anastácio das Neves.

Contratos a rodo

É o dono das empresas OS Vigilância e Ioom Park, que monopolizam, praticamente, os contratos de vigilância e limpeza na Uepa – R$ 8.019.468,24 – e Seduc – R$ 1.229.000 Clóvis também é dono de inflados contratos na Fundação Hemopa, Secretaria de Justiça do Estado e Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará, esse, através da Fundação Santa Casa Pacaembu, epicentro dos desvios de recursos da saúde pública no Estado.

Folga no caixa

Em nome da transparência, a Secretaria da Fazenda abriu a “Dívida pública” à consulta e anuncia que, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Pará pode comprometer até 200% do valor da Receita Corrente Líquida com a dívida. De acordo com o Balanço Geral do Estado de 2020, ano passado o Pará comprometeu 22% da RLC – R$ 23,923 bilhões – em dívidas, totalizando R$ 5,371 bilhões. Tudo bem, mas há outros fatores a ponderar, com todo o respeito aos especialistas do Fisco estadual.

Parece, mas não é

Um deles é a simples avaliação do que virá em longo prazo, depois que o Estado comprometeu R$ 2 bilhões em operações de crédito, foi favorecido pela suspensão da cobrança da dívida de R$ 500 milhões com o governo federal – o que lhe garante, hoje, essa folga de caixa -, sem falar que recebeu as contas do governo anterior equilibradas, contou com a entrada de verbas do auxílio emergencial e aumentou a arrecadação com energia elétrica. Se isso não aponta para colapso fiscal, mais tarde, parece. A conta vai chegar.

Aqui se come

A Prefeitura de Belém anuncia o projeto Boulevard da Gastronomia, investimento de R$ 5 milhões que visa transformar a área do Boulevard Castilho França, perímetro que fica ao lado da Praça Magalhães Barata, entre a avenida Presidente Vargas e a travessa Frutuoso Guimarães, em um grande corredor gastronômico aberto e com espaços para convivência. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Raul Ventura. O espaço promete: será completamente modernizado, com nova calçada, iluminação moderna e paisagismo. 

Na ponta do lápis

Dizem os especialistas: para se classificar para a Série A, o Clube do Remo teria que, além de repetir os 26 pontos do primeiro turno, fazer mais nove pontos, num total de 35 que, juntando com os 26, perfazem 61, quantidade de pontos atingida pelo Cuiabá ano passado, quando se classificou na última colocação. Vai daí que contrata reforços  de afogadilho, diante da necessidade de substitutos para os que estão lesionados e sem condições de jogar as próximas três paridas. Sete estarão ausentes. Wellington Silva, Tiago Ennes, Romércio, Igor Fernandes, Erick Flores, Mateus Oliveira, e Lucas Siqueira.

Foco de tensão

Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro veem no imbróglio em torno da Reforma do IR um foco de tensão com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Preocupados em baixar a temperatura da crise entre Planalto e o STF, os ministros Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, e Ciro Nogueira, da Casa Civil, atuam para diminuir a insatisfação de Lira. O presidente da Câmara continua tentando viabilizar a Reforma do Imposto de Renda, tanto que pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que fique fora das negociações. Lira inclusive teria vetado a reunião entre Guedes e membros da oposição. 

  • Provérbio chinês: “Se não queres que saibam, não o faças”.
  • Observador da cena aérea de Belém a partir do Aeroporto Júlio César diz à coluna ter estranhado a incomum movimentação de aeronaves, na última segunda-feira. Parecia fuga em massa, acrescenta maliciosamente.
  • Nova circular atribuída ao Comando Vermelho em Belém anuncia trégua: “Todo crime no Estado do Pará está brecado”, avisa, referindo-se aos agentes penitenciários, mas, com uma advertência: “Até segunda ordem”. Com a palavra, o chefão da Seap.
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  • Jornalista, cerimonialista e funcionário da área de comunicação do TJE, Walbert Monteiro (foto) é novo imortal da Academia Paraense de Letras, eleito com 23 votos.
  • Walbert também é advogado, integrante da famosa turma Sobral Pinto, da UFPA, de 1967.
  • Hoje à noite, o paranaense Walter Lambretta comemora 16 anos do seu bar e restaurante, Lambretta 62, conhecido point da Praia do Chapéu Virado, em Mosqueiro.
  • O Projeto Hidrovias do Brasil, que prevê habilitar comandantes para manobras portuárias na rota Trombetas a Barcarena, inicia nova fase neste mês, agora envolvendo simuladores, processo já aprovado pela autoridade Marítima.
  • Em Mosqueiro,  chama atenção um jogo de futebol de final de tarde no campinho próximo ao antigo aeroporto, onde se misturam homens e mulheres em partidas com lances violentos e sempre acompanhadas de grandes plateias.
  • O Theatro da Paz reabre ao público neste domingo após nove meses de obras de restauro e revitalização. Em doze dias de eventos comemorativos serão disponibilizados 300 ingressos diários para visitação.
  • O governo está articulando para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não rejeite de imediato os pedidos de impeachment dos ministros da Corte que o presidente Bolsonaro pretende apresentar.
  • A preocupação no governo é de que Bolsonaro seja desmoralizado com uma rejeição instantânea dos pedidos, mas os sinais dados por Pacheco são de que os receberá e de que dará o seguimento que o rito determina.
  • O governo entrou no STF com ação para proibir abertura de inquérito sem a manifestação do Ministério Público. O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, será sabatinado por recondução do Senado na próxima terça.