Kipling diria que o geneticamente músico, economista, professor e político acidental – ou seria circunstancial? – Simão Jatene não foi “nem bom demais, nem pretensioso” na entrevista ao Antagônico, do jornalista Evandro Correa. Descontraído, o ex-governador deu à entrevista a sonoridade que a política suprime e a sinceridade que alguns de seus atores abandonaram na lata de lixo em favor de suas conveniências. A memória afetiva de Jatene correu frouxa, mas, em dado momento, pesou a mão: “Pessoas têm o hábito de pescar, outras, de beber, e outras, de roubar”, elegendo o primeiro como da sua preferência. No fundo – e nos escaninhos das palavras -, o ex-governador faz um chamamento à população do Pará para o que aí está, sem o infame viés da caça ao voto.
Com ou sem palanque,
ex-governador presente
Não foi dessa vez que o ex-governador do Pará abriu o jogo sobre o partido ao qual se filiará depois de deixar o PSDB, partido que ajudou a fundar décadas atrás. As conversas estão em curso, mas, uma coisa é certa, conforme a coluna antecipou: Jatene está no jogo político com ou sem palanque, isto é, sendo ou não candidato – posição que torna ainda mais dramática a disputa pelo governo do Estado, uma vez que, tudo indica, o céu não será exatamente de brigadeiro para o voo do governador Helder Barbalho rumo à reeleição.