Expectativa do maior eleitor de Charlão, o pai Raimundo Oliveira, era conquistar 40 mil votos em Bragança, mas, ao final da apuração das urnas, candidato não chegou a 24 mil em toda a região, perdendo para Renato Oliveira, irmão do ex-prefeito Edson Oliveira/Fotos: Divulgação.

O resultado da eleição em Bragança explodiu negativamente na administração do prefeito Raimundo Oliveira, que teria investido algo estimado em R$ 7 milhões ou mais para eleger o filho Charlão, fez nomeações atrapalhadas e entupiu a Secretaria de Educação com centenas de contratados nos três meses que antecederam o pleito, chamuscou o secretariado, principalmente na pessoa do vice-prefeito Mário Júnior e foi pipocar na diocese, onde Mário Júnior tem as bênçãos da madre superiora Estelina Oliveira. Depois dessa eleição, em que o vitorioso é o deputado eleito Renato Oliveira, irmão do ex-prefeito Edson Oliveira, a política de Bragança e região, a gestão da prefeitura e até é a administrativa da diocese jamais serão as mesmas.  

Hora de jogar lama

Ocorre que os derrotados não se dão por vencidos, a ponto de arranjarem um jeito de atribuir à campanha de Renato Oliveira suposto crime eleitoral por compra de votos. Nos arraiais políticos bragantinos, há versões tenebrosas para o fato, inclusive envolvendo a Polícia Civil, acusada de invadir um domicílio onde recolheu cerca de R$ 600, que estariam na ‘caixa preta para compra de votos’, mas, segundo a família, seria dinheiro recebido de auxílio do governo federal que ainda não tivera a destinação devida. O quiproquó está formado e embolado.

Efeito colateral

A contagem final das urnas em Bragança e região não deixou dúvidas: Charlão, o filho prefeito, contabilizou pouco mais de 23,9 mil votos, mas estimava receber 40 mil somente em Bragança, enquanto Renato Oliveira contabilizou mais de 232 mil votos e ficou com a vaga por conta da legenda, o Podemos, gastando cerca de R$ 200 mil. O vendaval meio que vingativo da população da região arranhou até a votação contada para deputados com assento na Assembleia Legislativa, um deles tido como ‘facilitador’ da administração do prefeito Raimundo Oliveira junto a secretarias de governo, como a de Educação e de Transporte.

Estilo caduco

Doeu geral e não deu para o estilo bate e arrebenta do prefeito Raimundo Oliveira, que se atracou ao governo Helder Barbalho como se fosse sua tábua de salvação do que ainda resta do PSDB no Pará.