O Estado do Pará paga caro pelas disputas políticas ao longo da história. O governador Helder Barbalho, por exemplo, ignorou solenemente, desde que assumiu o governo, o projeto de construção da ferrovia deixado pelo seu antecessor Simão Jatene e agora, a um ano do fim do mandato, volta a falar no assunto sem considerar o tempo perdido, mas apenas o seu poder político/Divulgação.

A Ferrovia Paraense, que volta à pauta do governo do Estado com o anúncio de audiências públicas pela Secretaria de Meio Ambiente e consulta ao setor mineral pela Secretaria de Desenvolvimento e Mineração, ainda neste semestre, foi concebida e projetada pelo governo Simão Jatene para ligar Santana do Araguaia à Vila do Conde, em Barcarena. O projeto foi entregue ao atual governo com todo aparato de estudos, inclusive minuta do  Marco Regulatório, observando o que havia de mais atual no cenário ferroviário mundial. Dos estudos participaram os maiores e mais renomados técnicos nacionais e pelo menos duas fontes de financiamentos chegaram a ser apontadas. Quem conhece do riscado garante que bastaria ao governo dar sequência ao projeto, mas a opção para tudo. Agora, dizem, o governador retoma o projeto para posar de “pai da criança”.

Nova ponte sobre o rio Acará
irá desativar balsas do prefeito

Definidos o projeto e o local de construção de ponte sobre o rio Acará, a ser executada pelo governo do Estado através da Secretaria de Transporte. A obra foi promessa de campanha do prefeito Pedrinho da Balsa, do MDB, como solução para desviar o caótico fluxo de carretas responsável pelos congestionamentos diários no trânsito do município. O detalhe que chama a atenção é que a travessia de balsa que vai desaparecer com a ponte é operada pela empresa Conan, de propriedade do prefeito.

Empresa de transporte opera
à margem de fiscalização em Belém

Acredite se quiser, mas é nesse “porto”, sob a inexplicável cegueira da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, a Antaq, em que a empresa AR Transportes, dona do catamarã “Rondônia”, resgata e despeja de volta os seus passageiros de Parintins, Juruti, Óbidos, Santarém, Monte Alegre, Prainha, Almeirim, Breves, Belém e Manaus. A linha é muito importante, por isso não se explica o fato de não estar conectada ao sistema hidroviário de Belém. O que se diz é que a empresa burla as fiscalizações da Antaq – se é que existem – e opera com seccionamentos intermunicipais, mas nem por isso é fiscalizada pela Arcon. Veja o vídeo.

Papo Reto

Divulgação
  • O jogo político segue fazendo vítimas: Celso Sabino (foto), do União Brasil, novo aliado do governo Helder Barbalho, foi apontado como alvo de operação da Polícia Federal por suposto desvio de verbas da saúde no interior do Estado. Fake news.
  • A União pagou R$ 8,96 bilhões em dívidas penduradas por Estados e municípios, ano passado. O valor honrado é o segundo maior da série iniciada em 2016, inferior apenas ao montante de R$ 13,33 bilhões quitados pela União em 2020.
  • Segundo a Controladoria-Geral da União, 922 servidores federais foram exonerados por “corrupção” nos últimos três anos, quase 60% dos casos no Ministério da Economia, de Paulo Guedes.
  • Enquanto alguns governantes insistem em incentivar desfiles e bailes de carnaval, pesquisadores da Fiocruz alertam que a disseminação da nova variante ômicron, no Brasil, soma-se à grave epidemia de gripe causada pelo H3N2, reflexo justamente da grande circulação de pessoas durante as festas de fim de ano.
  • Belém nada de sentir no bolso,. mas o preço médio da gasolina no País recuou pela oitava semana consecutiva, diz a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio pesquisado nos postos foi de R$ 6,596, queda de 0,33%.
  • Desde ontem, em Quebec, província do Canadá, só compra maconha e álcool nas lojas especializadas quem apresentar certificado vacinal contra covid-19.
  • O Amapá que acenda sua luz amarela: variante ômicron toma conta da vizinha Guiana Francesa, que teve decretado estado de emergência por causa da Covid-19.
  • A inflação bate novo recorde na zona do Euro: 5% em dezembro, causada sobretudo pela disparada dos preços da energia (26%).
  • Nem o prefeito Jair Martins, “dono” do Hospital Regional de Conceição do Araguaia, explica: familiares estão tendo que comprar medicamentos se quiserem ver seus entes queridos tratados na unidade.