Na mexida operada pelo governo do Estado referente à gestão de museus, a Casa das Onze Janelas sai do comando da professora Sandra Cristina Santos e passa para Jeanne Patrícia Matni Oliveira, cuja formação é desconhecida, sob os auspícios da ex-prefeita de Capitão Poço e atual deputada estadual Diana Belo, do MDB/Fotos: Divulgação.

O Movimento em Defesa do Sistema Integrado de Museus do Pará acaba de publicar carta aberta ao governador Helder Barbalho, que se encontra na China, e à secretário de Cultura, Ursula Vidal, manifestando ‘surpresa e indignação’ diante da exoneração de “profissionais capacitados, competentes e dedicados de cargos do Sistema e sua equivocada substituição por profissionais sem formação técnica e teórica e sem experiência para atuar como gestores de museus”.

Conforme publicações do Diário Oficial do Estado, desde o início deste mês foram exonerados a professora Sandra Cristina Santos, do cargo de direção da Casa das Onze Janelas; o museólogo João Vitor Corrêa Diniz, da coordenação do Documentação do Sistema e a historiadora Cássia Santos da Rosa, do cargo de coordenação do Museu do Estado.

Para as respectivas vagas foram nomeados a nutricionista Albasselhe Nascimento Braga, para a Casa das Onze Janelas; Jeanne Patrícia Matni Oliveira, de formação desconhecida, para a coordenação de Documentação; e a empresária e publicitária Márcia Tomiko Vianna Yamada para a direção do Museu Histórico do Pará.  

Nada contra…

Nesse ponto da carta aberta, porém, entra, senão a hipocrisia, a infâmia. Diz: Não se trata de tomada de posição contrária à colocação dos profissionais não qualificados para ocupar cargos, como gestores da área artística, especialmente na gestão de museus, que há muito tempo vem exigindo conhecimento especializado”. Só que ninguém piou.

A cultura da Belo

A quem interessar posso, cultura é tema delicado e precisa ser tratado como tal, seja onde for. No caso do governo do Estado, a cultura foi entregue à deputada estadual Diana Belo. Ex-prefeita da Capital Poço eleita em 2018 pelo Partido Progressista, e reeleita em 2012, chegou à Assembleia Legislativa pelo Partido Democratas e se reelegeu ano passado, pelo MDB. Na prefeitura, respondeu a dois processos de cassação de mandato e inelegibilidade: um pela operação “Fundo do Poço”, ao supostamente usar a prefeitura para espalhar material de campanha, e outro por ter se recusado a empossar servidores concursados.

Coluna também é cultura.