Gestões temerárias tanto no âmbito do Estado quanto da Prefeitura de Belém comprometem qualidade do ensino, onde há perda de recursos, obras em atraso e problemas com os professores, em que pese a implementação de programas importantes para o setor/Fotos: Divulgação.

São tortuosos os caminhos da educação no Pará: ao passo em que o governo do Estado lança, espelhado em plataforma técnica da Prefeitura de Belém, um promissor programa de alfabetização, as respectivas secretarias de Educação, que trocaram de mãos recentemente, se veem às voltas com problemas de gestão herdados de antecessores não necessariamente comprometidos com o ensino e que deixaram um rastro de penduricalhos, para dizer o mínimo, nada republicanos e de solução complicada. Nos dois casos, até desatar os nós já se foi mais um período letivo – e o fosso entre a palavra e a ação se expande.

O que se diz é que o secretário de Educação de Helder Barbalho, o ex-ministro Rossieli Soares, que chegou ao governo empacotado na cota do MDB nacional pelas mãos do ex-presidente Michel Temer, anda ‘roendo uma pupunha’, como se diz no Pará, para recolocar a Secretaria nos trilhos. E já teria levado a grave sentença ao governador do Estado.

Herança maldita

A herança herdada da ex-secretária Elieth Braga, hoje assentada confortavelmente na pasta de Administração e Planejamento, vaga que foi ocupada pela atual vice-governadora, Hana Ghassan, ‘é madeira de dar em doido’. Noves fora as obras paradas ou inacabadas, ações nos Ministérios Públicos estadual e federal e contratos com valores multiplicados por ‘n’, a Secretaria de Educação perdeu somas consideráveis de repasses da União ao longo dos últimos quatros anos.

Ataques à gestão?

Rumores palacianos dão conta de que a ex-secretária até que tenta, por vias tortas, reagir ao comunicado oficial do secretário ao governador – que toma como ‘ataques’ à sua gestão destrambelhada -, mas não tem como medir forças: Rossieli tem costas largas e cacife nacional, daí que, dizem, o trabalho de assepsia na Seduc inclui o afastamento de gestores nomeados pela ex-secretária, levando de roldão empresas e empresários parceiros que fizeram da gestão o que Rossieli achou.

O denominador comum, porém, é um só: a gestão dela teve cabeça, tronco e membros. E mais não se diz por ausência de interlocutor.

A outra ponta

Na outra ponta está a Prefeitura de Belém, seus problemas de gestão na educação, mudança de comando sem muita explicação pública e… contratos esquisitos. A secretaria de Educação de Belém está entregue interinamente à diretora-geral, a ex-deputada Araceli Lemos, que poderá ser efetivada, se não acontecer algum acidente de percurso. Entenda-se por ‘acidente de percurso’ a interferência da ex-senadora, ex-deputada estadual, ex-vereador e ex-cunhada do prefeito Edmilson Rodrigues Marinor Brito, petista histórica, psolista e barbalhista da hora, como o são, na prática, os dois partidos de esquerda no Pará.

Caminho das pedras

Corre nos bastidores que Marinor Brito exige o comando da Secretaria de Educação tendo como argumento supostos ‘direcionamentos’ de contratos, serviços e DAS. A lista também incluiria, segundo informações repassadas à coluna, uma suposta relação comercial da diretora-geral, que também é considerada petista histórica. Os relatos colocam em cena, como operador dos ‘direcionamentos’ de contratos de prestação de serviços’, o empresário Henrique Nassar (foto), com parentes importantes dentro e fora da Secretaria – a coluna não conseguiu contato com ele.

Papo Reto

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  • Leitor da coluna sobre os elogios da deputada Lívia Duarte ao governador do Estado: Que comédia! Oposição, né?: o Psol hoje é mais barbalhista que o MDB, onde há focos de oposição e rebeldia, como o deputado federal José Priante, por exemplo.
  • No Psol, todo mundo é Helder Barbalho Futebol Clube, com camisa numerada, bandeira na mão e vuvuzela na boca. Os bons entendedores entenderão.
  • O economista Moysés Bendahan (foto) assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Consumidores e Titulares de Dados. Moysés já dirigiu o Procon no Pará.
  • O instituto se propõe a promover a cultura, educação, conscientização de privacidade e proteção de dados e defesa dos consumidores, além de denunciar tentativas de golpes na internet e pelos Correios.
  • A Cosanpa cavou um buraco enorme em frente à portaria social do Edifício Manuel Pinto da Silva há dois meses e o deixou escancarado, prejudicando o estacionamento de veículos.
  • Federações de outras modalidades esportivas reclamam que o governador Helder Barbalho vai criar o Museu do Futebol, quando deveria criar o Museu do Esporte.
  • Se depender do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, do PT, que declarou apoio aos prefeitos que querem varrer do mapa os mototaxistas, o serviço está com os dias contados. 
  • O governo petista ignora que milhares de famílias têm alimento na mesa através dessa atividade, hoje tida como essencial.
  • Também ignora que milhares dependem desse meio barato para chegar mais rápido ao trabalho, à escola, e ao lazer. 
  • A grande verdade é que esses trabalhadores surgiram no rastro da incompetência desses mesmos prefeitos, que nunca tiveram competência para oferecer transporte público de qualidade à população. 
  • Resumo da ópera: alguém precisa ensinar a Lula que matar a vaca nunca foi uma fórmula inteligente de se acabar com os carrapatos.
  • Tem mais: as más línguas dão conta de que essa presepada nacional de acabar com os mototáxi seria mais uma forma de vingança contra o povo que engrossava as ‘motociatas’ de Bolsonaro. É muito amor…