Técnico de carreira da Universidade Federal do Pará, a UFPA, ex-Pro Reitor de Gestão de Pessoas sob o atual reitor, professor Emanuel Tourinho, e primo do ex-reitor Carlos Maneschy João Cauby usou sua conta no Facebook para revelar o que boa parte da comunidade universitária pensa e comenta, jamais com a mesma ênfase.
Sem citar nomes, Cauby – João Cauby de Almeida Júnior – sugere à Ciência Política ‘maior atenção’ sobre o exercício de poder no âmbito da Universidade como forma de ‘refletir’ acerca do que considera ‘fenômenos recentes’. A coluna publica a postagem diante da repercussão causada junto à comunidade acadêmica. Veja a íntegra:
A nova roupa do rei
A Ciência Política deveria dar uma atenção maior sobre as formas de exercício de poder na cúpula de universidades públicas para conhecer e refletir melhor sobre alguns fenômenos recentes.
Um projeto de poder singular se instalou em uma dessas instituições da região nos últimos anos. Um projeto de poder egoístico que rompeu a tradicional e exitosa noção das práticas integradas e coletivas, que afasta as pessoas e que patina agora num reitorado onde somente um agente pode ser o protagonista de um projeto que é sustentado por vários atores, pesquisadores e servidores, os quais, verdadeiramente, são os que fazem a diferença, mesmo no anonimato.
Quem se aventurar a ter algum destaque científico ou político deve primeiro render homenagens e se submeter aos arroubos de quem comanda. A partir daí, posições de prestígio, de melhores lugares na plateia dos eventos pode ser concedido a esse “intruso” do novo círculo de poder, que será a todo tempo vigiado, segundo as premissas de Maquiavel. É que a mania persecutória dos que comanda só é menor do que suas sedes por poder.
Uma política de comunicação liderada por um familiar desse dirigente dá o tom de quem pode aparecer para a mídia, de quem pode conceder entrevistas e do que pode ser publicado ou divulgado interna e externamente.
E, de acordo com essa diretriz vertical de comunicação, deve-se pregar que tudo agora é inédito e fascinante. E que tem um único protagonista: o tecnocrata máximo de plantão. A equipe de gestão, que muito contribui para os feitos, nunca sai nos registros ao seu lado. Só o rei pode aparecer. E a política do inimigo, contra quem critica essas práticas, instala-se com vigor.
Esquecem que as universidades são sempre marcadas por conquistas e superações contínuas, advindas do seu capital intelectual, daí vem ineditismo das marcas, feitos e índices obtidos. Profissionais qualificados e comprometidos com a missão da organização é a mola motriz das conquistas.
É o corpo coletivo que, em verdade, se destaca e rompe paradigmas. É o projeto universitário de vanguarda é que é exitoso, posto que pautado no coletivo, na ciência, na inovação e na busca do bem comum.