Atividade exploratória trouxe danos ambientais praticamente irreversíveis e coloca o Pará em difícil situação na preservação ambiental, onde o desenvolvimento sustentável parece utopia/Fotos: Divulgação.

Estudo do Instituto Escolhas aponta que exploração ilegal de minério no Pará, sobretudo na região do Tapajós, não trouxe nenhum benefício à população da região. Segundo dados do Índice de Progresso Social da Amazônia, a região de Itaituba, um dos principais polos garimpeiros há pelo menos quatro décadas e de onde é extraída a maior parte do ouro ilegal do País, está longe de oferecer dignidade para seus moradores.

As precárias condições dos ambientes urbanos e a falta de saneamento básico são fatores que indicam que as cidades da região não foram beneficiadas pela atividade garimpeira.  Ao contrário do desenvolvimento, essa atividade exploratória só trouxe danos ambientais praticamente irreversíveis, e coloca o Pará em difícil situação na preservação ambiental, onde o desenvolvimento sustentável fica parecendo uma verdadeira utopia.

Desafios do novo governo

Esse será um dos grandes desafios que o próximo presidente terá que enfrentar, tendo em vista o incremento da atividade predatória ocorrida nos últimos anos na região. A pressão será grande por parte do movimento garimpeiro, que vê os garimpos do Tapajós como a grande fonte de sobrevivência da classe garimpeira.

Serviços descontinuados

Segundo Juliana Siqueira-Gay, gerente de projetos do Instituto Escolhas, o caráter predatório da atividade garimpeira é fundamental para entender os prejuízos do setor. “Os minerais são finitos e, a partir do momento que uma jazida é exaurida, há uma descontinuidade da prestação de serviços, que já é rotativa, temporária e informal”, afirma.

Banimento inevitável

Em paralelo, segundo a pesquisadora, os danos ambientais representados pela atividade são irreversíveis. “A longo prazo, teremos que banir a extração do ouro. Enquanto isso não ocorre, no entendimento do Instituto Escolhas, seriam necessários requisitos ambientais muito exigentes para minimizar os impactos (Com informações do Instituto Escolhas).