O artigo publicado no jornal da família do governador Helder Barbalho pelo ex-secretário de Administração Penitenciária do Pará e candidato a deputado estadual Jarbas Vasconcelos bem que poderia ser intitulado “Vão-se os anéis, ficam os dedos”. Com todo o respeito, além de não trazer – nem dizer – nada de novo, o texto foi produzido no padrão ‘propaganda eleitoral’, e representa uma exaltação desmedida da atuação do próprio secretário à frente da Secretaria onde, como mostram os fatos, não se houve tão bem quanto quer fazer crer.
Jarbas Vasconcelos se esqueceu de dizer que foi na sua gestão, em 29 de julho de 2019, que ocorreu o maior massacre – por densidade carcerária – em presididos brasileiros, quando 58 detentos foram mortos no Centro de Recuperação de Altamira, na região do Xingu, e mais quatro durante a transferência de Altamira para Marabá, totalizando 62 mortes. A carnificina prisional resultou de brigas de facções dentro do Sistema Penitenciário do Estado.
Jarbas Vasconcelos também se esqueceu de falar sobre o suposto acordo da Secretaria de Administração Penitenciária do Pará com o líder do Comando Vermelho no Estado, Leonardo Costa Araújo, o “L41”, quando a Inteligência da Secretaria sob sua administração foi agravada pelo líder da facção, conforme gravação divulgada em redes sociais e até no Programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão.
E Jarbas Vasconcelos não menciona em seu artigo que, durante a sua gestão, em 2020, três policiais penais foram assassinados e muitos outros ameaçados de morte; que em 2021, oito servidores da Secretaria, efetivos e requisitados, foram assassinados e dez feridos; e que, somente neste ano, três policiais penais também foram assassinados e outro ferido em atentado contra agentes do Estado, sem falar que 15 agentes da segurança pública tiveram a vida ceifada.
Por fim, o ex-secretário Jarbas Vasconcelos sequer explica às razões pelas quais, até o momento, a Polícia do Pará não conseguiu prender a cúpula do Comando Vermelho no Estado, a mesma que, esteja onde estiver, comanda o tráfico de drogas oriundo da “Rota Solimões” e dita os ataques infames contra agentes da segurança pública paraense.