A ponte que liga Icoaraci a Outeiro, distrito de Belém onde vivem mais de 100 mil pessoas, não possuía iluminação noturna, nem defensas nos pilares e muito menos manutenção quando foi supostamente abalroada por uma balsa que transportava madeira do Marajó, na madrugada da última segunda-feira. Embora tenha sido construída na década de 1980, à base de aço e concreto, tecnologia totalmente ultrapassada nos dias atuais, o choque foi tão intenso que derrubou um dos pilares e danificou parte das vigas estruturais. O Furo do Maguari é caminho de muitas embarcações pesadas que transportam madeira e produtos agrícolas para indústrias de beneficiamento em Belém e Icoaraci.
O acidente com o pilar, que suspendeu o trânsito sobre a ponte, era mais que previsível, porém, evitável. Agora reina o caos absoluto na travessia e, dependendo do comprometimento das vigas de aço sob o peso do concreto, os engenheiros terão que condenar a ponte e iniciar a construção de uma nova, que demoraria em média dois anos para ser executada – isso, a toque de caixa. Como a equipe técnica responsável pela avaliação dos danos ainda não se manifestou oficialmente, a expectativa é de que a reconstrução do pilar seja suficiente – principalmente para o bem população local.
Prefeito de Belém nem
deu as caras na travessia
A situação da ponte que liga a Ilha de Outeiro ao distrito de Icoaraci trouxe para a sala de estar do prefeito de Belém um problema enfrentado diariamente pelos moradores da região. A queda do pilar central, atingido por uma balsa carregada de madeira, tornou insuportável o deslocamento daqueles que já não tinham condições dignas de transporte. Agora, apesar dos penduricalhos e afogadilhos das autoridades para minimizar problemas de última hora, fica a lição que ninguém quer aprender: melhor prevenir do que remediar. Sorte é que o prefeito Edmilson Rodrigues nem aparece nas fotos da travessia, como o governador Helder Barbalho, que botou a cara na janela se recuperando de covid.