Empresário que teve carga de grude e barbatana de tubarão apreendida em fiscalização da Adepará teria promovido o maior barraco na sede da Agência, inclusive encarando diretores e funcionários, exigindo providências para o que seria um problema inusitado: ao tentar resolver a situação, com a apresentação de documentos atestando a legalidade da operação, teria sido informado de que a mercadoria havia sido incinerada três dias depois da apreensão. Para piorar, outra informação chegou ao empresário: a carga, na verdade, teria sido vendida a um exportador. As informações constam em Boletim de Ocorrência policial e em áudio trocado entre empresários do setor, que entregaram dossiê ao governador Helder Barbalho, em Vigia, sobre o caso.
“Forjando provas”
Áudio encaminhado à coluna aponta o grau de descontentamento de um dos empresários do setor de exportação sobre o que chama de organização e trabalho “para desmascarar essa quadrilha que existe hoje dentro da Adepará roubando pescadores, empresários de grude e exportadores”, e acrescenta que “esse é uma pequena parte do que esses cidadãos vêm fazendo há anos”. Segundo ele, os funcionários da Agência estariam ‘forjando e montando provas’ para justificar o episódio, prometendo inclusive desmascarar ‘deputado que indicou (…) para o cargo’.
Trabalhada grande
À Adepará, e somente a ela, agora, cabe esclarecer os fatos, até porque as conversas que correm nos bastidores da Agência e entre empresários jogariam por terra qualquer fio credibilidade, depondo fortemente contra suas operações de fiscalização já fartamente manchadas por denúncias. Nesse episódio, porém, vídeo e áudio apontam que a trapalhada, seja quem for o responsável, terá consequências, para um lado, ou para o outro, mais cedo ou mais tarde. O tempo dirá.