Quinze vereadores são acusados de omissão ante os desmandos do prefeito Silon Gama, do PSDB, que dispensou médicos e deixou praticamente fechadas as unidades de saúde. Dom Eliseu tem sido vítima de sucessivas gestões na saúde desde a posse de Silon/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Quando você pensar que já viu de tudo pode estar bem enganado. Crise na saúde pública não é mal de raiz apenas em Belém, a capital do Pará, onde poder aquisitivo bafeja de sorte parte da população que pode se socorrer de plano de saúde e alternativas que se oferecem no mercado. Em alguns municípios do interior do Estado, entregues a desgovernos ano após ano, as crises são mais agudas, com casos em que a população fica literalmente sem saída, como no município de Dom Eliseu.
Situado na região nordeste do Estado – cerca de 332 quilômetros de Belém -, e com população de mais de 60 mil habitantes, Dom Eliseu é um caso inusitado: segundo moradores da cidade, a prefeitura, sob o comando do alcaide Silon Gama, do PSDB, colocou a saúde em recesso desde o final de novembro. “Os postinhos”, como identificam as unidades de saúde, “não têm médicos” (veja o vídeo, ouça os áudios).
População da UTI
Não à toa, com a saúde pública literalmente na UTI – e sem médicos -, sobram ataques escancarados ao prefeito, ligado politicamente ao deputado federal Celso Sabino, e à Câmara de Vereadores, 15 parlamentares supostamente alinhados ao prefeito, sob a batuta do vereador Edilson Oliveira, uma vez que, conforme relatos de populares à coluna, não movem uma palha para extirpar o caos.
Nunca deu certo
A verdade é que, desde o início da gestão Silon Gama à frente da Prefeitura de Dom Eliseu, a Secretaria de Saúde foi entregue ao empresário do ramo farmacêutico – e dublê de contabilista, Luís Lima. Quando ocupava a pasta, Lima teria se enrolado em escândalos envolvendo processos licitatórios e contratos. Acabou tão desgastado que deixou a Secretaria, para a qual foi nomeada pelo prefeito Silon Gama a mulher de Luís Lima, Cleude Silva Sousa. Ficou tudo em casa.
Grito sem eco
O fato é que as unidades de saúde do município seguem sem médicos, e a população, cada dia mais adoecida, sem ninguém para socorrer – nem vereador, nem Ministério Público, nem juiz de Direito, nem deputado.
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Papo Reto
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