Ex-governador Simão Jatene ataca corrupção e desafia opositores no Pará/Divulgação
Jatene denuncia “grau de canalhice” na política
do Pará e lança desafio a opositores até a 4ª geração
Dia 15 de setembro, de 2021, 8:15 horas
A última aparição do ex-governador Simão Jatene nas redes sociais (veja trecho do vídeo) criou o ambiente perfeito para ilações políticas a pouco mais de um ano das eleições e riscou no chão de eventual disputa pelo governo do Estado a fronteira na qual a população terá que fazer escolhas, mantendo ou não o status quo. Nessa fronteira perfilam-se o governador Helder Barbalho, cuja administração, visitada frequentemente por operações da Polícia Federal, corre o risco de ser abatida em pleno voo pelo Falcão do Superior Tribunal de Justiça (ministro Francisco Falcão), e o próprio Simão Jatene, sobre quem pesam dois problemas: contas de governo rejeitadas pela Assembleia Legislativa com o dedo do governador Helder Barbalho – mesmo depois de aprovadas por unanimidade pelo TCE – e a instabilidade do PSDB no Estado, que tem a mão inteira do governador e a participação da Executiva Estadual do partido.
Aliás
Nessas duas questões, conta a favor do ex-governador Simão Jatene o fato de que, juridicamente, pode se tornar elegível, ao mesmo tempo em que, no partido, tem a simpatia da ala tradicional dos tucanos, daqueles que ainda têm prestígio no PSDB nacional, à frente o senador Tasso Jereissati. Mas isso são outros quinhentos.
Desafio secular
Noves fora as questões de Direito, chama atenção na entrevista do ex-governador Simão Jatene a maneira incisiva com que recoloca ao debate público denúncias de corrupção envolvendo a família e atual governo do Pará, Helder Barbalho. Habitualmente didático e cauteloso, quase filosófico, desta vez Jatene vai direto ao ponto, embora bem humorado. Ao se reportar ao tema “enriquecimento ilícito”, o ex-governador cobra explicações dos opositores sobre “como se constrói um império de comunicações sendo só político”, insistindo na pergunta de que “como, com um salario de prefeito, deputado, senador, seja lá o que for dá pra ter jornal, rádio, televisão…”. E lançou um desafio que deixa margens a debates para além das eleições de 2022, aliás, até quatro gerações futuras.
Estado policial
Outros trechos de destaque no programa incluem a declaração de que “nunca usei o Estado para perseguir adversários”, referindo-se às perseguições contra jornalistas e blogueiros que insistem em denunciar supostas corrupções no governo do Pará, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus – escândalo da compra de respiradores mecânicos e irregularidades atribuídas às organizações sociais na gestão de hospitais do Estado. (Vídeo completo): https://youtu.be/uZp5iTgYbjw