Viatura da Polícia Rodoviária Estadual foi denunciada pela Brasil Biofuels ao escoltar caminhão com carga de frutos de dendê de fazendas da empresa para a empresa receptadora Marborges, uma das três da região denunciadas ao Ministério Público Federal, mas que continuam operando livremente/Fotos: Divulgação.

Portaria assinada pelo coronel Aragão estabelece prazo de 40 dias para conclusão do procedimento. Denúncias formuladas pela Brasil Biofuels estão consolidadas em centenas de Boletins de Ocorrência sobre roubo e furto de frutos de dendê em fazendas de propriedade da empresa em Tomé-Açu e Acará.

O Batalhão da Polícia Rodoviária do Estado determinou abertura de inquérito policial militar para apurar o envolvimento de veículo da corporação em suposta escolta de caminhões da empresa Marborges no transporte de frutos de dendê furtados de fazendas da empresa Brasil Biofuels, a BBF, no município de Tomé-Açu. O documento é assinado pelo comandante do Batalhão da PRE, coronel Aragão, e estabelece prazo de 40 dias para conclusão do inquérito, prorrogável por mais 20.

O episódio de junta a outros denunciados pela BBF envolvendo crimes dessa natureza, inclusive com ataque a funcionários da empresa perpetrados por grupos criminosos que atuam na região de Tomé-Açu e Acará. A BBF alega ter feito dezenas de boletins de ocorrência denunciando esses crimes, mas não existem prisões por parte da Polícia Militar, apesar do fato de que veículos com frutos roubados transitam livremente pela região como se não carregassem nada ilícito.

Segundo e empresa, ‘é preciso boa vontade’ do Estado e muita investigação para apontar a responsabilidade de cada um nesses crimes, inclusive de suposta organização criminosa que reúne indígenas, quilombolas, receptadores, políticos e um sargento da Polícia Militar.

Empresas denunciadas

No dia 25 de fevereiro, um caminhão com mais de 17 toneladas de dendê furtadas da Fazenda Rancho Barbosa, localizada à PA-140, foi identificado pela própria Polícia Militar como sendo de propriedade do sargento PM Rui Antônio Oliveira da Silva. Ao ser questionado sobre o destino dos frutos, o militar afirmou que iria levar a carga roubada para empresas receptadoras da região.

As empresas apontadas pelo militar como receptadoras dos frutos furtados da BBF são a Vila Nova, a Marborges e a Dendê Tauá, as três já denunciadas ao Ministério Público Federal por atuar de forma ilegal, mas que seguem operando no crime normalmente. O policial foi autuado por receptação culposa, e o dono da carga, empresário José Eduardo Simão, preso em flagrante pela operação.

O sargento Rui Antônio Oliveira da Silva é vinculado ao 48º Batalhão da Polícia Militar de Quatro Bocas, em Tomé-Açu, e encontrava-se, na ocasião, afastado de suas atribuições por ‘licença médica’. O policial responde ao tenente-coronel Rebelo, responsável pelo comando da PM na região de Tomé-Açu e de Acará, onde o crime de furto de frutos corre sem controle.

Resposta do comando

Em nota à coluna, o tenente-coronel Rebelo, comandante do 48° BPM, sediado em Tomé-Açu, faz os seguintes esclarecimentos acerca das informações sobre o transporte da carga furtada:

 “As fazendas citadas na reportagem estão localizadas no município do Acará, e as viaturas que aparecem no vídeo pertencem ao BPRv, e não ao Batalhão de Tomé-Açu.

Quanto o TCO em desfavor do sargento PM Rui, o mesmo foi capitulado como receptação culposa e o comando do 48° BPM instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do policial militar.

Esclareço ainda que todas as vezes que a PM de Tomé-Açu foi acionada pela BBF, atendeu prontamente, e finaliza: este oficial comandante exerce sua atividade pautado na legalidade, de forma ética e proba, não havendo qualquer desvio de conduta durante à frente do Comando”.

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