Gestão municipal faltou à aula de administração e virou as costas para os problemas que mais afligem a população: serviços de saúde paralisados, coleta de lixo precária, escolas em situação deplorável e transporte público caótico/Fotos: Divulgação.

Não é um sumiço físico – ele anda por aí, ora dançando, ora saltitando; é sumiço de competência. Sua excelência o prefeito Edmilson Rodrigues, eleito pelas mãos do governador Helder Barbalho, que o livrou das garras do samurai desconhecido, não é nem a sombra de um gestor, uma vez tendo abdicado de princípios e, pelo que se vê, dos fins para os quais foi conduzido à condição de alcaide da cidade de 406 anos, hoje completamente abandonada e em estado de petição de miséria.

Uma das únicas coisas que se sabe da gestão municipal é que dentro da estrutura da Prefeitura de Belém grupos políticos se digladiam na disputa a ferro e fogo por espaços de poder que garantam prestígio e posicionamento para a disputa das eleições de 2024. Comenta-se que, com a eleição de Lula, o prefeito teria menos de 16 meses para recuperar o tempo perdido e tentar a reeleição, mas, haverá tempo?

Saúde na UTI

Vai para duas semanas a greve dos médicos das Unidades de Pronto- Atendimento de Belém. A motivação é básica: salários atrasados e melhorias nas condições de trabalho. A Secretaria de Saúde alega que o problema é da organização social que administra o serviço, que por sua vez denuncia atraso do repasse dos recursos contratuais por parte da prefeitura. Nesse jogo de empurra, quem paga o pato é a população, que, encaminhada pelas Unidades Básicas de Saúde, estanca nas Upas paralisadas. É a suprema humilhação ou a abreviação da morte.

Gestão afogada

Parece que a política da gestão municipal de tratamento do lixo doméstico tem sido acumular sacolas nas esquinas de travessas e avenidas da cidade. Coleta irregular, denúncias de favorecimento de empresas, atraso no pagamento de trabalhadores, eis a situação em que se encontra o sistema, que deveria, pela montanha de dinheiro investido, funcionar em melhores condições. O inverso amazônico se aproxima e essa parte do filme todo mundo já viu: lixo, bueiros entupidos, alagamentos trânsito caótico e a cidade no fundo – no mesmo lugar onde se encontra a gestão municipal.

Obras de R$ 1,99

Desabam à menor chuva as obras de R$ 1,99 da prefeitura nas escolas municipais de Belém. Alagamentos, inundação e risco de curto circuito fazem a dura realidade de mais da metade das escolas municipais onde pais trabalhadores colocam seus filhos sob guarda do município, enquanto vão ganhar o pão de cada dia. Enquanto isso, a secretária de Educação, Marcia Bitencourt, finge que está tudo bem, que está tudo certo.

Fim do mundo

O prefeito Edmilson Rodrigues não tem – e não é de hoje – a menor empatia com a população de Mosqueiro. Sequer gosta de praia, pelo visto. A maioria dos moradores do distrito não precisaria se submeter ao desgaste diário de esperar a boa vontade do transporte público para chegar à capital. O serviço está completamente colapsado. “A situação é precária: o sistema público está falido. Quando preciso me deslocar tenho que aguardar ônibus por até 40 minutos. Para ir é um dilema; para voltar, um inferno”, relata um morador local.