Amanhã, 20 de março, Dia Mundial Sem Carne. Data faz parte de uma ação para incentivar as pessoas a consumirem menos carne e ganha cada vez mais adesões ao redor do mundo.
Estudo feito pelo The Good Food Institute Brasil, o GFI Brasil, aponta que o consumo das carnes bovina, suína, de frango e de peixe caiu 67% entre os brasileiros na sua última pesquisa em relação ao ano anterior. Isso ocorreu diante do impacto dos preços mais altos dos produtos e da busca por hábitos mais saudáveis, que passam por maior adoção das proteínas de origem vegetal. A mesma pesquisa também nota que, do total de consumidores que diminuíram a carne na alimentação, 47% pretendem reduzir ainda mais neste ano.
Esses dados sofrem influência devido ao leque de denominações para os diversos tipos de dietas em consequência da restrição-escolha alimentar. Veganismo, vegetarianismo, crudivorismo, apivegetarianismo e frugivorismo são algumas dessas dietas que a carne fica totalmente de fora do cardápio.
Razões de cada um
Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, especializada em Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia, formada em Coaching Nutricional e palestrante, parceira da Bio Mundo – rede de lojas de produtos naturais e nutrição esportiva, referência em oferecer saúde e bem-estar -, as mudanças de hábitos partem de algo ainda maior. “O que leva a pessoa a mudar o estilo de vida, principalmente em relação à alimentação, está muitas vezes associada a uma ideologia, seja a preocupação com os animais e o meio ambiente, a influência de familiares, motivos religiosos ou espirituais e, em alguns casos, em decorrência de alguma condição clínica, mas, cada uma delas tem o seu valor e peso individual”, afirma Larralde.
Consume está em queda
Mais da metade (52%) dos brasileiros reduziu o consumo de carne nos últimos 12 meses por escolha própria, segundo a mesma análise. Além disso, praticamente dois em cada três consumidores (65%) consomem alguma alternativa vegetal – legumes, grãos e frutas – em substituição aos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana, enquanto no ano anterior esse percentual era de 59%.
De acordo com a Fernanda, a carne vermelha se destaca principalmente por proporcionar ferro e vitamina B12 – dois nutrientes que, caso estejam em falta no organismo, causam anemia – ferropriva e perniciosa, respectivamente.
Dois lados da moeda
“Parar de comer carne tem suas vantagens e desvantagens. A carne é uma das principais fontes de proteínas, cálcio, vitamina B12, minerais extremamente importantes como o ferro e outros. Por exemplo, no caso do ferro, o chamado ferro heme (Fe 2+), também chamado de ferro ferroso ou orgânico, é encontrado apenas em alimentos de origem animal, como carnes, aves e frutos do mar, a partir da hemoglobina e da mioglobina provenientes desses produtos. Então, ao passar para uma dieta mais restrita, a pessoa precisa ter um acompanhamento nutricional para assim compensar esses nutrientes e fazer uma suplementação adequada”, diz.
Por outro lado, a carne possui gordura e colesterol que, quando consumida em excesso, pode fazer mal ao corpo no longo prazo. A escolha por parar de comer carne pode contribuir para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, emagrecimento, diminuição do colesterol, melhora da microbiota intestinal, entre outros.
A escolha certa
Agora, o maior desafio é não só deixar de consumir a carne, mas saber escolher o melhor alimento para substituir e compor a necessidade nutricional diária. “As dúvidas sobre os alimentos que substituem a carne são frequentes, por isso, é extremamente necessário fazer avaliações clínicas regularmente. Através de exames é possível identificar a necessidade de suplementar e repor cada nutriente de maneira correta, mas é claro, alguns alimentos já são indicados de forma tabelada nas consultas, que podem complementar a alimentação de qualquer pessoa adepta da dieta mais variada,” informa a nutricionista.