O programa Conecta Pará, considerado prioritário para o governador Helder Barbalho, ano passado, padece de “esquecimento programado”, ou de “chá de gaveta”. Recursos se perderam nos escaninhos da Secretaria de Ciência e Tecnologia, onde manda quem pode, obedece quem tem juízo/Agência Pará.

Por uma dessas razões que a própria razão desconhece, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, comandada pelo professor Carlos Maneschy, está investindo em projetos do governo federal na UFPA que, por sua vez, toca seus projetos relacionados à internet com recursos do Estado. Os recursos do Estado para projetos de internet do Estado estão zerados – a Secretaria de Maneschy tem muito cacique para pouco índio que nem o morubixaba governador se mete – mas deve ter lá suas razões. Veja-se, por exemplo, o projeto Conecta Pará, premiado mundo afora, mas tão travado que nem a deputada Nilse Pinheiro, “madrinha do projeto”, ousa falar sobre o tema. De tão “secado”, o Conecta, anunciado como “menina dos olhos do governador”, com 40 mil pontos gratuitos de internet por todo o Pará, já só tem 1,5 mil pontos, mas, mesmo assim, é um traço no papel.

Pelas tabelas

Sem querer insistir no tema: nos últimos 16 meses, entre ordens e contraordens, o projeto Conecta Pará vem se desmilinguindo, se dissolvendo como sal na água: em relação à proposta inicial, de 40 mil pontos, caiu para 11 mil pontos, depois para 10 mil pontos, depois sete mil pontos, 5 mil pontos, 3,5 mil pontos, 1,5 mil pontos e, agora, 500 pontos. Qualquer semelhança com mentira deslavada do governo não será mera coincidência.

Aliás

Esse tal Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, o PCT Guamá, primeiro parque tecnológico a entrar em operação na Amazônia, não é exatamente o que diz a apresentação da Secretaria de Ciência e Tecnologia: “estimular a pesquisa aplicada, o empreendedorismo inovador, a prestação de serviços e a transferência de tecnologia para o desenvolvimento de produtos e serviços de maior valor agregado e fortemente competitivos”. Não: é uma fábrica de favores, onde amigos do rei escolhem o projeto que querem executar.  Aguarde.

Jatene tenta encontrar
via livre, mas há percalços

Há uma pedra – mais uma – no caminho do ex-governador Simão Jatene para definir seu rumo político: de um lado, o deputado Celso Sabino, muito escorregadio e supostamente se insinuando para as bandas de apoio ao governador Helder Barbalho, com o União Brasil, e o presidente do PSD, Helenilson Pontes, envolvido em problemas familiares e sutilmente fustigado pelo colega deputado Júnior Ferrari, que vislumbra assumir a presidência no Pará, levando o partido para o grupo de apoio ao governador nas eleições de 2022.  

Pode ser, pode não ser

Em mais uma rodada de conversa com Helenilson Pontes, na última quinta-feira, Jatene sinalizou com a possibilidade de ingressar no PSD, em caso de vitória do governador de São Paulo, João Dória, na convenção que o PSDB para escolha do seu candidato à Presidência da República contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Nada está fechado, porém. Helenilson Pontes quer queira, quer não, se fragilizou no episódio familiar e deu brecha para o azar.

Perguntar não ofenda, ou,  
ao menos, não deveria

Pergunta (im) pertinente que não quer calar: alguém já viu, soube ou ouviu dizer que algum ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado ou do Tribunal de Contas dos Municípios teve suas contas rejeitadas pela Assembleia Legislativa do Pará? E que algum ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará ter suas contas rejeitadas pelo TCE? Pois é, nesse clima de promiscuidade administrativa, muitos jamais são e serão alcançados pelos efeitos de reprovação de contas, pois a permuta de favores é sempre a tônica dessa prática que, embora legal, é absolutamente imoral. E como fica o MP nesse cenário?

Remoçada, Terror bicolor
e o Comando Vermelho

Veja como o Pará é uma ilha de segurança, corroborando as palavras do delegado federal Ualame Machado, titular da Segup. Nas redes sociais, o Comando Vermelho adverte integrantes das torcidas organizadas Remoçada, do Remo, e Terror Bicolor, do Paysandu, sobre eventuais refregas nas ruas da cidade, como aconteceu recentemente. A facção avisa que não irá tolerar atos que venham incomodar a população de determinados bairros de Belém e muito menos a ação do tráfico. É sangue com sangue, diz a facção, em áudio, o que deve deixar a população da capital tranquila e calma, na ilha da segurança. Veja o áudio:

Mineração

Pará vai receber projeto de meio milhão de dólares a partir de abril de 2022

Veja reportagem

Papo Reto

Divulgação
  • A empresa Endicon, da empresária Lorena Neves Fraiha, perdeu os contratos de prestação de serviços de manutenção da rede elétrica em todo o Brasil, saindo da recuperação judicial para a falência.
  • O que se diz é que a Endicon vinha cumprindo contratos, mas  contabilizava muitos acidentes de trabalho, por isso não escapou à quebradeira. 
  • Médicos contratados pelo governo do Estado, através de organizações sociais ou não, não vislumbram um fim de ano dos sonhos. Na Santa Casa, por exemplo, o pagamento do 13 salário ficou na promessa.
  • Eleição é sempre eleição. A administração de um edifício localizado em bairro nobre de Belém resolveu marcar o pleito para o próximo dia 30, às 15h30 em primeira convocação, e 16 horas, em segunda. Quer dizer: não quer eleitores.
  • Tem morador ameaçando procurar o Judiciário para fazer valer o direito de votar e evitar a manobra eleitoreira.
  • Grande grupo supermercadista inaugurou supercomplexo multivarejo entre os bairros da Cremação e Jurunas, com direito a uma galeria de fotos onde não há um negro sequer. Esqueceu a própria clientela.
  • Erika Karoline Bastos de Castro obteve a terceira melhor nota na prova oral e garantiu vaga como delegada da Polícia Federal. Érica é filha do ex-prefeito Antônio Armando e mulher do deputado federal Celso Sabino (foto).
  • De férias em Belém e remista de quatro costados, o engenheiro paraense Milton Gabriel Cordeiro, que mora em Londres, tentou comprar ingresso para o jogo do Remo, amanhã, mas seu comprovante vacinal da Inglaterra não foi aceito.
  • A farra de diárias na Polícia Civil estava tão escancara que até servidor, mesmo de licença paternidade, recebia.
  • O Paysandu vai tentar o tricampeonato da Copa Verde, que o Remo ainda não ganhou. O Paysandu já foi vice em três ocasiões; o Remo, também.

Remo e Paysandu já se encontraram quatro vezes nas semifinais da Copa Verde. O Papão venceu três, e o Remo, uma. O Remo é favorito para quarta-feira, hoje; amanhã, só Deus sabe.