O “Mangueirinho” será palco, hoje, a partir das 17 horas, da convenção pública que oficializará a candidatura de Helder Barbalho à reeleição. Pelo menos 800 candidatos a cargos eletivos de diferentes partidos prestigiarão o evento. Beto da Fetagri Faro e sua esposa, deputada estadual, ambos do PT, prestigiarão o ato. O fona nas pesquisas eleitorais para o Senado ocupará um camarote vip para assistir o que parece ser a coroação de sua majestade, e não um ato normativo aprazado e previsto na legislação em vigor.
O que chamará de fato atenção no ato não será o simbolismo político de uma candidatura forte e hegemônica, e sim o poderio econômico exibido por alguns dos candidatos, em especial do MDB.
Desfile de afortunados
O exibicionismo dos afortunados começou bem antes de hoje, com caravanas percorrendo as estradas do Estado a caminho de Belém repletas de ‘apoiadores’. Os campeões dessa modalidade de arrastão são, pelo que se comenta nos corredores, os postulantes emedebistas de Parauapebas, Tucuruí, São Miguel do Guamá e Ananindeua, que prometem levar, cada um deles, milhares de brincantes para o carnaval fora de época do governador – todos vindos em ônibus refrigerados, com comida, bebida, transporte e indumentárias custeados sabe-se lá como, já que pré-candidatos não declaram gastos nem a origem dos recursos que alimentam a máquina política em plena pré-campanha.
Poderio econômico
O abuso do poder econômico se dá, como se sabe, pela utilização inapropriada de recursos financeiros ou patrimoniais em benefício do partido, coligação ou candidato, afetando diretamente a legitimidade das eleições, uma vez que esse uso abusivo do dinheiro desequilibra a disputa. Por uso do poder econômico entende-se a utilização do dinheiro em ajuda a partidos e candidatos e também a manipulação da opinião pública, considerando a opinião do eleitor, por meio da propaganda política subliminar com aparência de propaganda meramente comercial.
Quando feito com estrita obediência à legislação, o uso do poder econômico é lícito. O que o torna ilícito é a intervenção no processo eleitoral no intuito de obter vantagens imediatas de acordo com interesses específicos: eleger aquele que tem mais dinheiro, submetendo pessoas a um mercado do voto, onde a eleição deixa de ser um ato voluntário e passa a ser um ato compulsório, induzido pelo poder econômico.
Eles verão, mas agirão?
O nababesco evento do MDB de hoje não passará despercebido. As autoridades eleitorais e os órgãos de controle serão testemunhas. No entanto, se haverá ou não punição para os candidatos da ostentação e suas campanhas trilionárias depende de variáveis que o cidadão comum não controla.