Esta última semana do mês e de campanha eleitoral promete ser agitada dentro das dependências do campus da UFPA, no Guamá, com possíveis repercussões extramuro. Na última sexta, o vereador de Belém, Josias Higino, publicou vídeo em uma rede social denunciando a vandalização de um veículo de propriedade da família no estacionamento do campus, fato visto por observadores da cena como apenas um ‘aperitivo’.
Noite de vandalismo
Naquele dia, mais cedo, o hall do famoso Mirante do Rio, edifício onde estão instaladas as salas de aula, foi palco de intenso bate-boca entre lulistas e bolsinaristas – não exatamente entre alunos, mas, professores. Depois, próximo ao Restaurante Universitário, mais entreveros e, sem seguida, o registro de uma reunião de comitê lulista nas dependências do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, notório bunker da esquerda universitária, em escancarado uso de instalações públicas para fins políticos. Foi a senha para a noite que chegava, carregada de vandalizações a que se refere o vereador de Belém.
Questão de liderança
Na verdade, a calmaria nos portões da UFPA, sem a agitação de bandeiradas vermelhas e panfletagens, é interpretada como a preocupação da esquerda universitária com o resultado do segundo turno das eleições à luz do primeiro turno, somado ao viés de alta para Bolsonaro identificado em pesquisas eleitorais e o vazio de lideranças. Parte da militância se recusa a aceitar Helder Barbalho como líder.
Reina o silêncio na Ufra
Por tudo isso, o barril de pólvora pode explodir com as notícias da manifestação, no campus, de estudantes e professores bolsonaristas prevista para acontecer na orla nesta quarta-feira, apoiada por diversos políticos pró-Bolsonaro, com mandato ou sem mandato. Para quem gosta de fortes emoções é prato cheio – enquanto na Universidade Federal Rural da Amazônia, bem ao lado, reina a paz dos cemitérios.