O prefeito Guto Gouveia, de Soure, não fez o dever de casa. Sequer aproveitou as relações de parentesco com o secretário da Casa Civil, Iran Lima, ou a amizade com o governador Helder Barbalho para providenciar recursos para o isolamento da pista de pouso do aeroporto da cidade contra a invasão de búfalos/Divulgação.

Decididamente, a região do Marajó, um dos polos turísticos mais desejados e procurados do Pará, parece não ter sorte quando se trata de transporte: noves fora contados serviços de lanchas de transporte rápido e outras embarcações que primam pela segurança do usuário, seja nativo, seja visitante, os demais são temerários, como catamarãs de empresas que atuam à margem dos ritos legais e acabam naufragando na Baía do Marajó. Não bastasse, portaria da Infraero tira literalmente de rota o Aeroporto de Soure, considerada a capital do arquipélago, porque a pista de pouso vez por outra vira pasto para búfalos, comprometendo a segurança da aviação. E ninguém percebeu a importância do aeroporto: nem a prefeitura da cidade, muito menos os órgão responsáveis pelo turismo na região.

Empurrando com a barriga

Não é exagero dizer que o Marajó vive de promessas – ou mais de promessas do que de ações efetivas. Prova disso está, ainda hoje, nos baixos índices de IDH registrados nos 16 municípios que compõe a região. Nem mesmo o Programa Abrace o Marajó, bandeira política e administrativa do governo Bolsonaro, através do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, capitaneado pela ministra Damares Alves, conseguiu avanços significativos desde sua implantação. Ações isoladas, cercadas de festivos eventos, têm sido praticadas na região, inclusive pelo governo Helder Barbalho, que, a bem da verdade, só abriu os olhos para os problemas do Marajó depois que Damares sentou praça por lá. Até a primeira dama do Estado pousou no arquipélago com ações tímidas sociais.

Amigo de copa e cozinha, mas…

A coluna não teve resposta aos contatos feitos com o prefeito de Soure, Guto Gouveia, do PL, para falar sobre a suspensão das operações de voo no aeroporto da cidade. A pergunta seria por que a prefeitura, amiga de copa e cozinha do governo do Pará, sendo o próprio prefeito, primo do chefe da Casa Civil, Iran Lima, não pediu ajuda do Estado para cercar a área do aeroporto contra a ação dos búfalos? Afinal, seria dinheiro apenas uma cerca, não para a construção de um campo de futebol que isso, todo mundo sabe, o governador Helder Barbalho tiraria de letra, como bom peladeiro que dizem que é. Faltou ação, prefeito. Tapinha nas costas não ajudam nem a população, nem os operadores de turismo, muito menos visitantes ricos – como Bill Gates, que este lá, como outros figurões.