Lockdown parece reação do
governo à derrota no Supremo

Estranhamente, o governador Helder Barbalho, depois de ser contrariado por decisão do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, com a proibição da realização do concurso da PM e a suspensão do concurso da Polícia Civil, decretou lockdown a partir desta segunda-feira na forma mais bisonha de incoerência. Afinal, até sábado, antes da decisão do STF, essa medida não estava em pauta.

Eu quero

Então, como sua excelência pretendia permitir a reunião de 60 mil pessoas inscritas, ainda que em locais diferentes e cercadas de todos os cuidados sanitários senão pelo desejo pessoal de fazer política e de formar novos policiais durante o mandato para chamar de seus?

Divulgação

Eu posso

Bem, qualquer semelhança entre a decretação do lockdown nessas circunstâncias e uma reação raivosa contra a decisão do Supremo não terá sido mera coincidência – até porque parece que o vírus não circulou durante comícios eleitorais do ano passado, nem na virada do ano em Salinópolis (foto) e muitos menos nas salas de concursos públicos.

Muito estranho

Hoje, faltam leitos nos hospitais – depois de o Estado fechar ao menos 1,5 mil deles -, pessoas morrem mais do que no pico da doença ano passado e os estabelecimentos comerciais de serviços não essenciais vão pagar o pato, ainda que sejam obrigados a cerrar as portas brevemente. Com todo o respeito, esse é um jeito estranho de cuidar da saúde no Pará.

Tropa assanhada

Dia 22 de abril de 2019, em cerimônia no Comando-Geral da PM, o governador Hélder Barbalho, diante da tropa, anunciou que iria promover concurso para incorporação de  7 mil novo policiais militares ainda naquele ano. A tropa se agitou. Afinal, isso significaria aumento de quase 50% do efetivo atual. Os jornais de concursos espalhadas pelo Brasil imediatamente colocaram nas primeiras páginas o anúncio do governador. 

Conta aberta

Passado um ano e meio, em novembro de 2020 o Estado do Pará, em marcha lenta, conseguiu lançar  o edital do concurso para apenas 2.405 candidatos, pouco mais de um terço do anunciado pelo governador. Como ele faria para preencher as outras 4.595 vagas para cumprir a promessa só ele mesmo sabe.

Sem dote

Alguém se esqueceu de comunicar ao chefe do Executivo que,  da primeira  fase do concurso da Polícia Militar até a formação conta-se no mínimo 18 meses, caso não ocorra nenhuma demanda judicial e que, desse modo, ele jamais conseguiria fazer outro concurso até 2022.  Pior: com a pandemia agravada e o adiamento das provas pelo STF, o governador vai  chegar às eleições de 2022 sem acrescentar nenhum policial militar ao  efetivo da corporação. 

Gado ferrado

Convenhamos, é desesperador – para ele, tanto quanto desesperadora é a situação de policiais formados no governo anterior e não convocados até hoje por pura “birra”, como se diz. Como não consegue ferrar seu gado à moda dos cowboys, o gado segue “ferrado” pela reação irada do governador.

Globo à venda

Segundo fontes do mercado financeiro de São Paulo, o Banco Pactual, depois de ter se debruçado sobre a venda da Editora Abril, maior empresa de comunicação especializada em revistas está, agora, através de André Esteves, coordenando um negócio muito maior: a venda das Organizações Globo.

Na mesa

O Pactual tem agreement para acessar todos os números da empresa e as negociações andam a passos largos. Como comprador surge o grupo J&F, com o próprio patriarca, José Batista Sobrinho, cuidando pessoalmente do negócio. Na mesa, o valor é de R$ 25 bilhões.

Bateu ciumeira

A denominação Arena Banpará-Curuzu ou Banpará-Baenão está gerando discórdia entre gestores de Remo e Paysandu. No Leão, a mudança foi bem aceita e até se pensa em um plano mais ambicioso, sob os auspícios do banco. No Paysandu, nem a colocação do nome de Arena Curuzu no muro agradou. Na opinião de pelo menos dois diretores, o concorrente está sendo muito mais beneficiado pelo governo, via Banpará.

Gol do milhão

O Paysandu começa o ano ganhando R$ 1.135.000,00 da CBF. Bastou um gol contra o Madureira (RJ), pela primeira fase da Copa do Brasil, para que o time paraense garantisse vaga na próxima etapa e abocanhasse a grana. Foram R$ 560 mil pela participação inicial e mais R$ 675 mil pela segunda fase, onde o Papão enfrentará o vencedor de CRB (AL) e Goianésia (GO), que jogam na próxima quarta-feira 17.

Rei Pelé

Essa proposta de dar o nome do rei  Pelé ao Maracanã parece ideia de jerico. Nada contra o rei, merecedor de toda a honra e glória dos deuses da bola, mas estádios de futebol nunca são lembrados pelo nome oficial e aqui mesmo há o exemplo do Mangueirão, que nasceu Estádio Edgar Proença. Pele marcou seu milésimo gol no Maracanã, mas toda a sua história foi construída nos estádios de São Paulo. Enfim, deixem o Mário Filho em paz.

Para aposentados

O Senado Federal aprovou medida provisória que aumenta de 35% para 40% o limite da margem de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS com base no valor do benefício. Desse limite, 35% são para empréstimos consignados e 5% para o cartão de crédito. O projeto foi aprovado no penúltimo dia de validade e recebeu apenas  uma emenda de redação, seguinte agora para a sanção do presidente da República.

Simples mortais

A Câmara Federal contabiliza 21 mortes de secretários parlamentares por complicações do coronavírus do início da pandemia até o dia 1º de março deste ano. Além dos funcionários ativos, outros 19 servidores vieram a óbito em decorrência da Covid-19. O Departamento de Pessoal da Câmara não havia identificado óbitos de servidores efetivos ativos ou de ocupantes de cargo de natureza especial até o começo deste mês.

  • O Detran anda com um apetite insaciável. Acaba de instalar dez radares eletrônicos na BR-316, à altura de Marituba, provocando uma enxurrada de multas e lentidão do trânsito.
  • Queixas levadas à Prefeitura de Marituba por condutores receberam resposta a altura: a BR-316 foi  estadualizada nos 18 Km  de Belém até Marituba. Como o bispo segue incomunicável…
  • Alguém – quem quer que seja – ainda não se deu o nobre direito de ingressar com ação popular no MP contra gastos de R$ 146 milhões em obras no Mangueirão?
  • No momento crítico em que vice o Estado do Pará e a Região Metropolitana, esse investimento é pura bijuteria eleitoreira. Saúde importa.
  • Nem precisa dizer que mais de 100 pessoas com Covid-19 estão na fila de espera por leitos na rede municipal de Belém.
  • Em pelo menos um hospital particular da capital paciente chegou com maço de dinheiro somando R$ 180 mil para garantir direito a um leito. Em vão.
  • Aliás, pacientes esperando atendimento em corredor de hospital não é exclusividade das unidades públicas de saúde. Em hospital particulares é o que mais se vê nestes tempos.
  • A empresa Limpar, que opera no Mangueirinho por contrato com a OS Pará 200, dispensou seus funcionário logo depois do almoço do último sábado.
  • No mesmo dia, dirigentes da empresa de segurança patrimonial Belém-Rio, que inclui um deputado estadual, ameaçavam suspender o serviço por falta de pagamento.
  • A Belém-Rio, que está sem receber da OS há três meses, também faz a segurança patrimonial na Estação das Docas, Parque do Utinga, Mangal das Garças, Hangar e Centur.
  • É muita grana para uma empresa que nasceu dia desses – e do nada. Será?
  • Existe uma esperança dos antigos associados do finado Iate Clube de que o atual prefeito de Belém  ressuscite o clube. O Iate Clube não destoa da orla, é viável e gera empregos.
  • A Academia Paraense de Letras virou Torre de Babel. Eleições adiadas ad eternum, acadêmicos a serem eleitos e acadêmicos eleitos que não tomaram posse, como é o caso do Leonam Cruz.
  • O federal Joaquim Passarinho assumiu a vice-presidência da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
  • Com isso, a sua atuação se torna ainda mais ativa. JP é importante defensor do Estado do Pará como gerador de energia e produtor de minério
  • A coluna faz seu o texto de Ronaldo Brasiliense sobre o arquiteto Paulo Chaves em O Liberal de domingo. É bom reconhecer os bons enquanto vivos. Viva Pulinho!
  • Antes da Justiça do Pará e bem antes do STF, através do ministro Luiz Fux, o deputado Eliel Faustino apresentou moção na Alepa contra os concursos públicos do Estado.
  • Padre Marcelo Rossi, ontem, citando problemas que afligem a humanidade: depressão é excesso de passado; estresse é excesso de presente; e ansiedade é excesso de futuro.
  • O radialista Ronaldo Porto, amigo de longa data, não resistiu à Covid-19. A crônica esportiva do Pará não para de vestir luto, infelizmente.
  • Raimundo Gatinho, do famoso “Caranguejo do Gatinho”, da Angustura, bairro do Marco, em Belém, também partiu. Aos 83 anos de idade, Gatinho tinha sérios problemas renais.