O ato público promovido recentemente por usuários e servidores do Centro de Referência de Assistencial Social (Cras) de Icoaraci, distrito municipal na região metropolitana, é considerado apenas a ponta do iceberg da “incompetência administrativa” da direção da Funpapa, vinculada à Prefeitura de Belém, segundo representantes do sindicato vinculado aos serviços sociais.

Durante o protesto, conforme relatam os sindicalistas, a proprietária do imóvel que seria alugado à prefeitura para abrigar o Cras confirmou que o processo se arrasta desde o ano passado, depois de várias visitas de funcionários da Funpapa para conferir o cumprimento de acordo de melhorias e adaptação do novo espaço. A justificativa da direção da Fundação, administrada pelo ex-deputado Alfredo Costa, seria “a burocracia” imposta pela prefeitura para a conclusão do processo, quando na verdade a demora na assinatura do acordo decorre de problemas internos da própria Funpapa.

Desrespeito aos usuários

Segundo a vice-presidente do Sintsuas-Funpapa, Rayme Sousa, “essa postura (da Fundapa) desrespeita o direito do usuário a um atendimento digno e, de acordo com os protocolos de atendimento, nega aos servidores as condições mínimas de trabalho”.

Os principais problemas enfrentados no Cras passam pela falta de privacidade para garantir o sigilo profissional: as salas são pequenas e não há refrigeração. Os servidores não têm material básico para trabalhar, como caneta, papel, computadores e internet, o que acaba por atrasar o atendimento. Falta pessoal. Existem somente três servidores habilitados para atender pela manhã, obrigando o usuário entrar na fila desde as 16 horas da tarde do dia anterior para garantir senhas para atendimento distribuídas a partir das 7 da manhã seguinte.

Alfredo virou as costas?

O dirigente sindical afirma que existe necessidade urgente de mudança do imóvel onde funciona o Cras para responder à demanda. O prédio atual não permite sequer a instalação das centrais de ar que estão armazenadas há mais de ano no almoxarifado. Esses e outros fatores motivaram a paralisação ocorrida ano passado, quando foi firmado acordo entre a entidade que representa os servidores e a Prefeitura de Belém, até hoje não cumprido pela Funpapa. O caso já foi denunciado ao ministério Público.

Pelo visto, Alfredo virou as costas para a porta de entrada da assistência social em Belém.

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