Patrick Castelo Branco Silva chegou a ser preso, se diz “articulador” na FPF, menciona amizades que lhe permitem “penetrar em prefeituras” e integra o quadro de assessores da Governadoria. Nas redes sociais, apagou “Castelo Branco” para ser apenas “Silva” e se exibe com imagens ao lado do governador/Fotos: Redes Sociais.

Veja como são as coisas: em 16 de maio de 2016, o Diário Online, o DOL do grupo de comunicação da família Barbalho, publicou notícia com a seguinte manchete: “Preso estelionatário por golpe de R$ 243 mil”, reportando que “Patrick Castelo Branco Silva, de 42 anos, foi preso, nesta quinta-feira 12, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Raimundo Flexa, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares”. A  vítima foi Michelle Cavaleiro. O crime aconteceu após Patrick se envolver com Michelle, no segundo semestre de 2015, induzindo-a a comprar com ele um apartamento com a promessa de morarem juntos. Michelle entregou R$ 100 mil para dar de entrada no negócio e, semanas depois, mais R$ 50 mil.

Articulador de Adélcio
Torres e “amizades importantes”

O que Michelle não sabia era que Patrick passava cheques sem fundo para fazer as aquisições. Com o tempo, a vítima começou a desconfiar de estar sendo enganada e procurou a Polícia para denunciar. A Polícia detalhou que já havia outras denúncias contra Patrick por estelionato, porém, com valores mais baixos. De acordo com o delegado Aurélio Paiva, Patrick foi convocado para ir à delegacia prestar esclarecimentos sobre outro caso, que não foi detalhado. Ao chegar ao local, foi informado sobre o mandado de prisão e detido. Patrick também se diz membro da Federação Paraense de Futebol, “articulador” da chapa de Adélcio Torres, e menciona amizades com personalidades importantes no Estado que lhe garantem “penetração em prefeituras”.

Jusbrasil aponta quase
30 processos no TJE e STJ

De acordo com o Jusbrasil, Patrick Castelo Branco Silva, que, por sinal, é filho de uma Juíza, responde a nada menos que 27 processos, a maioria por estelionato, no TJPA e no STJ. Como o mundo dá muitas voltas, eis que no dia 18 de agosto de 2020, depois de ter alegado desequilíbrio mental para se livrar da Justiça, Patrick virou assessor especial da Governadoria do Estado, com acesso irrestrito a quase todas as Secretarias, como mostram suas redes sociais, onde substituiu o “Castelo Branco” do nome por apenas “Silva”.