Falecido em 2020, o professor Luiz Carlos Pinheiro Machado não pode avaliar o erro da avaliação feita em Manaus, quase 30 anos atrás, com relação ao cultivo de soja no Brasil/Fotos: Divulgação.

Níveis da produção atual contrariam o então presidente da Embrapa que, em 1985, criticou a opção brasileira em detrimento das lavouras de consumo interno. Até nos EUA, em 1957, a direita errou.

Em julho de 1985, o então presidente da Embrapa Luiz Carlos Pinheiro Machado criticou a opção brasileira pela cultura da soja em detrimento das lavouras de consumo interno – feijão, milho e arroz, por exemplo. Em conferência na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a famosa SBPC, ocorrida naquele ano, em Manaus, Amazonas, Luiz Carlos sentenciou “…estar redirecionando o trabalho de seus 2 mil pesquisadores para prioridades sociais, dando ênfase à produção de alimentos populares, como arroz, feijão, milho, mandioca e leite, uma vez que a ênfase dada no passado à produção de soja, está custando muito caro ao País…”

Varrendo esses quase 30 anos desde a declaração, como quem não quer nada, concluiu-se: parece que a crítica do cientista, então presidente da principal empresa de pesquisa agropecuária do País, não tinha o menor fundamento, considerando o crescimento do PIB neste trimestre, de 1,9%, puxado por 21,6% da agropecuária e tendo a soja como carro-chefe.

Aliás, tem sido a soja a salvação da lavoura do comércio exterior brasileiro.

Erro de avaliação

Lembrando ainda no tempo, Luiz Carlos Pinheiro Neto, ao criticar a opção pela soja, repetiu a crítica feita por Ayn Rand, filósofa e ícone da direita americana, que criticou a introdução da cultura da soja nos Estados Unidos, em 1957.

E de novo parece que tanto o cientista de esquerda quanto a filósofa de direita erraram ao fazer previsões ideológicas. Que o digam as exportações de soja brasileiras e americanas.