O advogado Alex Centeno, 35 anos, considerado de pouca experiência na carreira, pode representar a ‘pedra no caminho’ das mulheres interessadas em concorrer pelo Quinto Constitucional com base na nova legislação/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Em toda a história, apenas duas advogadas ingressaram na lista sêxtupla no Pará para disputa da vaga destinada à OAB, mas nenhuma foi nomeada.
Depois de lançar, com o devido entusiasmo, o edital para o Quinto Constitucional, vaga destinada aos advogados para o cargo de desembargador no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, aberta com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre, a OAB faz chamamento, através de suas redes sociais, para que mulheres advogadas se candidatem. Nesta eleição há a obrigatoriedade legal de paridade de gênero entre homens e mulheres na lista sêxtupla para a vaga no TJ.
Existe expectativa de que a vaga seja preenchida por uma mulher, visto que, desde da Constituição Federal de 1988, somente duas mulheres no Pará ingressaram nas listas sêxtuplas, mas nenhuma foi nomeada. No Pará, houve inicialmente resistência por parte da OAB, que cedeu sob pressão do movimento que lutou pela paridade no Estado e no País.
Pedra no caminho
A expectativa, porém, esbarra em uma pedra, que é homem e primo do governador Helder Barbalho, que, ao final e ao cabo, irá escolher o desembargador com base na lista sêxtupla. Trata-se do advogado Alex Centeno, de apenas 35 anos e considerado sem experiência relevante na advocacia.
Para compor a lista sêxtupla, os advogados precisam ter notório saber jurídico e experiência no exercício da profissão de, no mínimo, dez anos, além de reputação ilibada. Dia desses, as redes sociais publicaram a criação de um grupo de Whatsapp com advogados e advogadas declarando apoio ao candidato.
Diante da paridade e da luta de gênero, a expectativa é de que a escolha recaia sobre uma mulher indicada como a primeira advogada pela OAB a assumir o desembargo na história do Tribunal de Justiça do Pará.