Atuais integrantes da diretoria eleita com 65% dos votos, Eduardo Carvalho, Áurea Nunes, Liane Rodrigues e Katsuro Harada estão sob ataque dos ex-diretores Antônio Travessa, Alberto Anijar, Elaine Figueiredo, Sandra Leite e Robson Tadashi/Fotos: Divulgação.

Está mais longe de acabar do que se pensa a guerra pelo poder na Unimed Belém, travada em sucessivas decisões judiciais que culminaram com a eleição da nova diretoria Executiva, a Direx, segundo a linguagem do organograma da cooperativa de médicos.

Os ex-diretores, derrotados reiteradamente por decisões de diferentes desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado e pelos cooperados, que os destituíram por esmagadora maioria em assembleia geral, ainda tentam retornar ao poder.

Boas intenções

No último dia 26, a defesa dos ex-diretores – aqueles destituídos em assembleia geral – Antônio Travessa, Alberto Anijar, Elaine Figueiredo, Sandra Leite e Robson Tadashi, acusados de supostas ‘faltas graves’ na gestão da cooperativa, anunciou que os procedimentos foram arquivados pelo Conselho de Administração por ‘falta de comprovação de ilícitos’ – sugerindo por isso, na mesma oportunidade, o retorno dos ex-diretores aos respectivos cargos, por direito.

Manobra de guerrilha

Dito e feito: agora, recorrendo à presidência do Conselho da cooperativa, cujas funções são primordialmente orientativas, os vencidos tentam implodir a diretoria Executiva que os substituiu em uma espécie de ‘manobra de guerrilha’ administrativa via compliance, pervertendo as funções do instituto, que deveria ser isento.

O bom combate

Prevenidos, os recém-empossados diretores cuidaram de se armar, adotando medidas de gestão interna apoiados, segundo fontes da coluna, nos moldes operacionais de grandes companhias, sustentando-se no business judgment rule – regra de tomada de decisões discricionárias, conforme os costumes e boa-fé do mercado em que se insere a organização -, mecanismo que o Direito brasileiro abraçou pela Lei das Sociedades Anônimas.

Mas…

Como toda novela mexicana, essa envolvendo a Unimed Belém faz mal à saúde, pelo menos à saúde dos cooperados e usuários do plano.