As 1,6 mil famílias residentes no Conjunto Habitacional Quinta dos Paricás, Distrito de Icoaraci, Região Metropolitana de Belém, palco, inclusive, de recentes episódios de violência, passaram a viver sob a mais completa omissão do poder público. Entregue no final do governo Zenaldo Coutinho a pessoas de baixa renda, o conjunto nunca gozou, efetivamente, dos serviços essenciais previstos no projeto financiado pelo governo federal.
Não há transporte público, nem coleta regular de lixo e atendimento de qualidade à saúde, muito menos obediência ao Código de Posturas. Estabeleceu-se e progride no “Quinta dos Paricás” um visível e gravíssimo processo de favelização. A única coisa que, dizem, parece crescer sem parar é o tráfico, a insegurança e o desconforto da população.
Entregues à própria sorte
“É como se não houvesse governo ou prefeitura. Estamos largados, entregues à própria sorte”, desabafa a diarista Maria do Carmo Lessa, 41 anos, há dois anos morando no conjunto.
“Isso aqui virou terra de ninguém: cada um faz o que bem entende, constrói o que quer e onde quer nas barbas do poder público, ficando tudo por isso mesmo”, diz o indignado soldador Pedro Souza, 33 anos.
Comunicação interrompida
Não têm sido poucas as tentativas da comunidade para chamar a atenção dos órgãos da prefeitura para o atendimento das demandas básicas da população, estimada em aproximadamente 8 mil pessoas. O silêncio do Ministério Público Estadual também é ensurdecedor.