A instabilidade recorrente do Ministério da Educação com relação a repasse de recursos como no caso do pagamento de bolsas e despesas às universidade federais acabou empurrando a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, para o fundo do poço do conhecimento, com reflexos no que os especialistas chamam de ‘fuga de cérebros’ brasileiros para o exterior. Na última semana, o MEC prometeu, depois de muita pressão, que amanhã, 13, irá repassar cerca de R$ 450 milhões para pagamento de despesas discricionárias, o que ameniza, temporariamente, mas não resolve definitivamente a situação.
Em todo o País, 200 mil bolsistas de programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado dependem desse repasse.
Olho no green card
Pesquisa da AG Immigration, escritório de advocacia especializado em green cards para os EUA, aponta que, ano passado, universidades e faculdades americanas contrataram 43 professores e pesquisadores brasileiros, passando a ocupar a quinta posição do ranking de atividades que mais contrataram profissionais brasileiros no período. O setor fica atrás de restaurantes e lanchonetes (129), serviços de computação (110), controle de pragas (80) e processamento de carne (73).
Mercado atraente
A pesquisa também mostra que a maioria dos brasileiros que vai trabalhar nos EUA acaba atuando nos estados da Flórida, Califórnia e Massachusetts e ocupam predominantemente cargos de tecnologia, embora ainda sejam comuns cargos como estoquistas, balconistas e babás. Segundo o estudo, um economista brasileiro foi contratado pelo Goldman Sachs com um valor equivalente a R$ 142 mil por mês. Já um jornalista do Brasil foi contratado pelo LinkedIn por uma remuneração de R$ 119 mil mensais.