Momento da famosa ‘Farra dos guardanapos” em hotel chic de Paris, 13 anos atrás. Um dos presentes, o empresário Georges Sadala, entra na exploração de negócios relacionados à limpeza pública em Belém através da empresa Recicla/Fotos: Divulgação.

“The Travellers Club”, Hotel La Paiva, Paris, setembro, 2009. Um grupo de ricaços brasileiros promove encontro privê para 150 convidados ao preço aproximado de R$ 1,5 milhão. Entre os convidados, além de políticos e personalidades importantes na vida pública estavam os empresários Georges Sadala, então sócio da Agiliza Rio, e Fernando Cavendish.

Para o autor do livro “A farra dos guardanapos” – o último baile da Era Cabral”, jornalista Sílvio Barsetti, esse episódio abriu o começo do fim da carreira política do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Treze anos depois, porém, a carreira do empresário Georges Sadala, agora casado com uma paraense, parece sólida. Apontado como um dos donos da empresa Recicla, que tem à frente, em Belém, o empresário Maurício Etinger, presidente do Paysandu, Sadala e sua Recicla assumiram um contato de mais de R$ 33,4 milhões com a Secretaria de Saneamento de Belém, a Sesan, mandando para escanteio a Construtora Sólida e inaugurando uma batalha de grandes proporções no Pará.

Nesta semana, a Sólida Construção Ltda. ingressou com ação na Promotoria de Justiça da Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa com a acusação de “enriquecimento ilícito e ato de improbidade administra” da secretária Ivanise Gasparim, indicada ao cargo pelo deputado federal Beto Faro, candidato ao Senado pelo PT, com pedido de providências.

A questão se refere a contratos assinados entre a Secretaria de Saneamento e a empresa para a prestação de serviços de dragagem, limpeza e manutenção do sistema de drenagem urbana e prestação de serviços de locação, maquinário, equipamentos e guarnição para a Secretaria, totalizando mais de R$ 33,4 milhões.

Segundo os advogados da Sólida, “a Secretaria sequer comunicou a empresa sobre a renovação contratual após o prazo final de vigência, mesmo tendo renovado com várias outras empresas do mesmo ramo, alegando o melhor interesse da administração pública”. O novo contrato caiu no colo da Recicla, cujo dono, 13 anos atrás, foi personagem da famosa “Farra dos guardanapos”, na bela Paris.