Dizem os especialistas que uma das teorias mais desafiadoras da Psicologia é a dos jogos psicológicos, especialmente na abordagem “líder de torcida”, exatamente o que se encaixaria nos malabarismos do reitor da Universidade Federal do Pará, a UFPA, professor Emanuel Tourinho, para explicar à sociedade o chamado dia seguinte, agora que o plano de greve na Universidade naufragou. Segue o script.
Ao saber que a Universidade agora é a única em greve no País e que a paralisação dos servidores é natimorta e sem apoio generalizado, do jeito que acontece com a dos professores – rejeitada por 69% dos docentes entrevistados em pesquisa recente -, além do fato de que os estudantes se recusam a entrar em greve, apesar das pressões, o reitor ensaia sua narrativa para se salvar do mico.
Dois pesos, duas medidas
Na última semana, o magnífico reitor recebeu a diretoria dos dois sindicatos de docentes da Universidade – Adufpa e Sindiproifes. À professora Edivânia Alves, presidenta da associação dos professores e candidata a deputada federal pelo Psol, Tourinho deu apoio total à greve e disse que o calendário acadêmico vigente – prevê o final das aulas para 11 de julho – está suspenso e que vai providenciar a reposição de todos dias parados, rigorosamente.
À professora Socorro Coelho, presidenta do Sindiproifes, o reitor disse rigorosamente o contrário: que o calendário acadêmico está em vigor e que as aulas vão encerrar em 11 de julho, com ou sem greve. Durma-se com um discurso desses.
Alguém vai sair enganado
Até as sucuris que andam se alimentando de cães vadios que perambulam pelo do Campus da UFPA – à falta de coelhos – sabem que alguém sairá enganado dessa história. A menos que os interlocutores do magnífico reitor leiam a teoria dos jogos psicológicos em que, por óbvio, o professor Emanuel Tourinho é especialista.