O reitor da Uepa, professor doutor Clay Anderson Nunes Chagas terá sob controle um dos melhores campi da Universidade, o de Parauapebas, que está sendo construído com recursos pagos integralmente pela Vale, mas há problemas em Belém, precisando de solução, incluindo os professores/Fotos: Divulgação.

Universidade criada pelo então governador Jader Barbalho é um poço até aqui de mágoa, ao menos com relação aos professores.

Em 18 de maio de 1993, o então governador Jader Barbalho sancionou a lei que transformou a antiga Fundação Educacional do Pará em Universidade do Estado do Pará. De lá para cá, a instituição está maior: são 21 campi em quase todas as regiões – noves fora a região do Tapajós -, cerca de 15 mil alunos e 3 mil servidores, entre professores e técnicos. Em média, a Universidade forma 1,5 mil alunos por ano.

Nesta semana, a Universidade cravou 30 anos, e chama a atenção do governo do Estado – quer um mimo, por assim dizer: professores salários iguais aos praticados pela Secretaria de Educação. A desigualdade veio a público através do sindicato da instituição.

Diferença considerável

A comparação entre a remuneração paga aos professores pela Universidade Estadual e pela Secretaria de Educação, incluídos gratificações e descontos fica assim: especialistas, mestres e doutores da Secretaria recebem, respectivamente, R$ 8,802, 12; R$ 9. 296, 21; e R$ 9. 835, 84. Na Universidade, R$ 4.387, 59; R$ 6. 536, 91; e R$ 10. 244, 95.

Como se pode observar, na Universidade, apenas na categoria ‘doutor’ um professor consegue ganhar mais que o professor da Secretaria. Mas, por que o professor da Universidade tem que ganhar mais?

O que justifica

O professor do ensino superior tem atribuições e obrigações diferenciadas e mais amplas que o professor da educação básica. Ser professor universitário, explica à coluna um interlocutor acadêmico, “exige titulação, atualização constante em eventos científicos “ – afinal, está formando profissionais -, “orientações de trabalhos acadêmicos, participação em grupos de pesquisa, atividades de extensão obrigatórias, atividades de gestão, participação em comissões, conselhos e colegiados internos” – ou  seja, está muito além de ministrar aulas.

Problemas a resolver

O problema é que, ante esse quadro, parece que o reitor da Universidade do Estado, professor doutor Clay Anderson Nunes Chagas, não sabe ou não quer se fazer entender junto ao governador.

Mais: os prédios da Uepa também precisam de cuidados e de novas obras. Sem falar que o prédio mais importante da instituição será o campus de Parauapebas, completamente pago pela mineradora Vale, desde a fundação até os equipamentos, conforme convênio assinado sete anos atrás. Outra obra do atual governo para a Universidade foi a ampliação do campus de Altamira, para abrigar cursos de Enfermagem e Engenharia Florestal, com recursos do Consórcio Norte Energia.

E mais não há, para desespero dos professores sem ‘feliz aniversário’…