“Máquina de compliance” opera a todo vapor para punir, sem direito ao contraditório, funcionários que manifestam simpatia pela diretoria Executiva eleita em assembleia-geral na Unimed Belém/Fotos: Divulgação.
O que se diz é que uma cortina de ferro e silêncio separa a Unimed Belém: aquela regida por decisão da Justiça e referendada em assembleia geral, e a outra Unimed, a que está sob nova direção executiva.
A ‘operação abiu’ vem desde a reunião das 15 horas da terça-feira 9, quando os diretores executivos afastados pela Justiça Antônio Travessa, Alberto Anijar, Elaine Figueiredo, Sandra Leite e Robson Tadashi foram reconvocados pelo CEO – na terminologia da Agência Nacional de Saúde – Wilson Yoshimtsu Niwa, o chief executive officer, presidente, topo na hierarquia.
Explica-se: silêncio dos que desafiaram o Judiciário e mão de ferro para funcionários que, ao menor sinal de simpatia pela atual diretoria Executiva são ameaçados ou levados ao compliance – espécie de guia de conduta de uma corporação, onde está em compliance o funcionário que trabalha em conformidade com suas obrigações, regras e orientações.
A ferro e fogo
No caso da Unimed Belém, o compliance encaminha ao Conselho Técnico as denúncias, anônimas ou não, recebidas, muitas vezes encaminhadas até pelo próprio CEO. O Conselho, nomeado pelo CEO, analisa e dá o veredito, que será acolhido pelo presidente, leia-se Wilson Niwa. Dele dependerá pena severa ou absolvição, dependendo de ser ou não da simpatia ou do interesse do CEO, sem direito ao contraditório.
Sem ampla defesa
Fontes da coluna afirmam que, nessas circunstâncias, não são poucos os casos de profissionais acusados, depois punidos, sem que formalmente soubessem as razões das sanções e sem que os indiciados obtivessem o benefício da ampla defesa.
Wilson Niwa controlava o Conselho de Administração, composto por nove membros, o Conselho Técnico e o Compliance, ao menos até o dia em que o Judiciário resolveu intervir e garantir nova eleição para a diretoria Executiva, quando reinava absoluto, onipotente.
Limite de espionagem
Reina na cooperativa um clima de instabilidade psicológica, no limite da espionagem, que faz lembrar tempos do Kempeitai, o serviço secreto japonês durante a II Guerra Mundial. O sussurro tomou conta dos corredores da sede administrativa, à travessa Curuzu, com depoimentos em salas fechadas.
Em outra vertente dos desafios e enfrentamentos na Unimed Belém, a atual diretora-geral, apoiada por parecer jurídico, desobedeceu às ordens de Wilson Niwa para recontratar profissionais ocupantes de cargos de confiança afastados pela própria diretora-geral. Fora desse ambiente, médicos seguem se descredenciando, e pacientes em filas de espera.
papo Reto
- O ex-deputado Márcio Miranda (foto) assumiu a presidência do PTB no Pará, que era comandado pelo pastor Josué Bengtson.
- Pelo que se diz, o ex-presidente da Assembleia Legislativa vai ter uma trabalheira e tanto pela frente.
- Josué Bengtson mergulhou o partido na extrema-direita bolsonarista, apoiou a reeleição do governador Helder Barbalho e – desse jeito: jogando em duas pontas -, nada perdeu; muito pelo contrário.
- O filho dele, Paulo Bengtson, assumiu o controle da Secretaria de Desenvolvimento do Estado junto com parte da família, onde joga livre, leve e solto.
- No espaço de apenas 15 dias, três grandes empreendimentos varejistas cerraram as portas em Bragança, desempregando cerca de 60 empregados.
- A franquia da Tudo Conveniência, da família Aguilera, bateu em retirada depois de cinco meses de funcionamento. E não foi só: um dos mais tradicionais negócios da cidade, que existiu durante cerca de 30 anos, o Régia Magazine, também sucumbiu à crise.
- E há rumores de que a estatística deve aumentar, o que está assustando os moradores, que estão esperando as providências de socorro da prefeitura da cidade, mais preocupada com o próprio umbigo.
- Obra não licenciada em apartamento do andar número 13 do Edifício Cristo Rei, em Batista Campos, teria contribuído para o desabamento das sacadas.
- O mistério só será revelado com o laudo técnico dos Bombeiros. “Antes disso, é pura especulação”, diz um experiente engenheiro civil.
- Quem vê cara não vê coração, diz o ditado: o prédio da APL está um brinco por dentro, mas, por fora, deixa a desejar: mato crescendo na platibanda enfeia o prédio, presidente Ivanildo Alves…
- centro de Belém, à Boaventura, entre Rui Barbosa e Quintino, uma casa abandonada de dois andares está ruindo e ameaça desabar.