Esqueça tudo o que você sabe sobre as chamadas ações de “promoção do turismo” no Pará: feiras e eventos dos quais a Secretaria de Turismo do Estado participa – ou organiza – viraram na verdade uma farra bancada pelo contribuinte para favorecer servidores comissionados que nada entendem da atividade turística. O mais recente passeio foi para São Paulo. De nove pessoas cujas despesas foram desembolsadas pela Secretaria, apenas duas são técnicos da casa. Até assessor de gabinete foi passear na capital paulista. Vá ver que algum sabichão deve ter avaliado que seria mais relevante levar um assessor do que os técnicos da Gerência de Promoção da Secretaria.
Quanto aos eventos promovidos pela Setur, como a Feira Internacional de Turismo da Amazônia, a Fita, a insatisfação entre os servidores da casa também é grande. A última edição, em novembro passado, foi organizada quase em segredo. Nenhum servidor da Secretaria sem cargo político participou do planejamento ou organização, o que gerou revolta entre os técnicos, que foram colocados para trabalhar sem qualquer tipo de informação sobre a feira, palestrantes ou expositores.
Mais uma edição misteriosa
A Fita foi organizada em sigilo por meia dúzia de agentes exclusivamente políticos; os técnicos foram excluídos dos grupos de trabalho, mas tiveram que assumir responsabilidades na hora de ir para linha de frente, passando pelo constrangimento de atender o público sem conhecimento de causa. O orçamento da feira e o valor pago por cada serviço também são um mistério para os servidores efetivos. Em maio agora haverá nova versão da Fita – e o ar de mistério continua o mesmo. Tudo indica que mais uma vez os servidores serão chamados para o “faz de conta do sucesso do turismo paraense”.