Voadora avisa que reservas ainda não estão disponíveis conforme promessa do governo por conta de estudos para viabilizar as operações de retomada da conexão aérea/Fotos: Divulgação.

Da espalhafatosa entrevista coletiva capitaneada pela Secretaria de Turismo do Estado para anunciar suposta retomada da conexão aérea Belém-Fort Lauderdale, no Estado da Flórida, nos Estados Unidos, a partir de dezembro, restou aos paraenses interessados em viajar para a terra do Tio Sam o sentimento de que foram vítimas de “propaganda enganosa”; e foram. Na melhor das hipóteses – ou seria na pior? -, faltou ao governo do Pará, através de suas secretarias voltadas para o negócio, combinar com a voadora Azul, responsável por operara ponte aérea.

 Turismo ou viagem de negócios sem planejamento não é nem uma coisa, nem outra; muito pelo contrário. Ao anunciar a medida, o secretário de Turismo, André Dias, não mediu a extensão da promessa. Atendendo ao chamado, paraenses com planos de visitar familiares ou de tratar de negócios nos Estados Unidos se debruçaram ante o site da Azul para fazer suas reservas e foram desistindo, um a um, melancolicamente, porque a voadora, além de não disponibilizar os serviço de reservas, com previsão de viagens três vezes por semana, a partir de dezembro, ainda está fazendo estudos de viabilidade para começar a operar.

Alma do negócio

O anúncio deve ter sido feito apenas no Pará, portanto, não há risco aparente de vexame internacional – americanos acorrendo ao balcão da voadora, por exemplo, para comprar passagens e desembarcar na porta de entrada  da Amazônia, onde a desorganização prevalece. Há muito que as autoridades estaduais, em todos os níveis, precisam rever seus planos de incrementar o turismo no Pará, a começar pela organização. Afinal, de promessa o inferno está cheio e a propaganda é considerada a alma do negócio desde que o mundo é mundo, mas não desse jeito.  

Falta competência

A conexão Belém-Estados Unidos está suspensa desde o início da pandemia, período em que a Secretaria de Turismo garante que o governo providenciou uma série de medidas estruturantes para viabilizar a retomada do serviço. Do lado de lá, o governo americano flexibilizou a entrada de brasileiros, desde que vacinados. Tudo certo nas duas pontas? Não. Falta planejamento e competência do lado de cá.