Terceirização de serviços na Santa Casa do Pará
deixa saldo de 12 bebês mortos em uma semana

Domingo, 8 de agosto de 21

Enquanto a direção da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará segue tocando um insano projeto de terceirização de serviços, pais e mães de recém-nascidos internados na UTI Neonatal choram a perda de 12 bebês em apenas sete dias. Fontes da coluna atribuem os óbitos à bactéria acinetobacter, mas os problemas do hospital, que atua com mais de 160 médicos pediatras – além de 28 médicos em residência pediátrica – e é considerado referência em atendimento materno-infantil vão além disso: trabalho fora do padrão e falta de equipamentos e materiais para procedimentos invasivos.

Silêncio consentido

Em duas edições, a coluna tem denunciado o lento e gradual processo de terceirização de serviços da Santa Casa, sem qualquer manifestação da direção do hospital, da Secretaria de Saúde ou do próprio governo. Um dos passos mais agudos desse novo negócio atingiu a área de recursos humanos, onde os funcionários mais antigos foram substituídos, mas praticamente todos os setores estão terceirizados. Nos setores mais nervosos do hospital, porém, faltam insumos básicos como gaze, luvas estéreis e de procedimentos, cateter, sonda e esparadrapo, que pacientes e servidores costumam comprar, quando podem.  

Bons samaritanos

Segundo informações chegadas à coluna, não há como trabalhar com segurança, principalmente na UTI Neonatal. Por falta de sondas – esparadrapo e outros materiais hospitalares específicos -, por exemplo, as trocas deixam de ser feitas após as 72 horas de uso, conforme o manda o protocolo. Assim, em meio a essa penúria, aparecem como “bons samaritanos” o Hospital de Clínicas Gaspar Viana e a Universidade do Estado, que têm emprestado insumos à Santa Casa, ainda assim sem garantia de que a santa providência evitará a morte de mais bebês vítimas da infecciosa administração do hospital.  

Dá ou desce

Professores de escolas públicas de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, denunciam que diretores de unidades sob responsabilidade do Estado estão montando uma relação com os nomes de quem é a favor ou contra o retorno das aulas presenciais. Como a maior parte dos professores se recusa a voltar para as salas de aula, o que contraria decisão do governo, o grupo teme retaliações e, no caso de quem é contratado, demissões – expediente que, como se sabe, é bem perto do que o próprio governo faz.

Sem água, sem luz

Além disso, os professores que escolheram voltar às salas de aula denunciam que as escolas não possuem estrutura adequada para receber os alunos. O tempo sem uso deixou as salas empoeiradas, com teias de aranha e muita sujeira. Em algumas, não há água nas torneiras e em outras, a eletricidade foi até desligada. Um dos professores conta que leva, todos os dias, duas garrafas de dois litros com água para poder lavar as mãos.

Elas por elas

A deputada estadual Professora Nilse Pinheiro anunciou, semana passada, que vai integrar o grupo de parlamentares responsável por acompanhar os estudos e pesquisas realizadas pelo Observatório Nacional da Mulher da Câmara dos Deputados. Ela considera a iniciativa importante, desde que não fique apenas na teoria, principalmente no momento em que casos de feminicídio seguem aumentando, depois de crescerem 40% ano passado.

Apaga isso

A Secretaria de Comunicação do governo foi agilíssima no gatilho e mandou remover das redes sociais a imagem em que os deputados Fábio Freitas e Vavá Martins, ambos do PRB, aparecem comandando uma reunião técnica da Emater, feudo da Igreja Universal, em Marabá, inclusive anunciando várias obras da empresa  na região sudeste do Estado.

Nome definido

Acabou a queda de braço interna no MDB, que definiu como candidato na eleição suplementar marcada para 3 de outubro, em Goianésia do Pará, o nome do pastor Davi, que está à frente da prefeitura desde janeiro por impedimento do candidato vencedor das eleições passadas. O governador Helder Barbalho optou pelo atual gestor, descartando a indicação de Ribamar Lima que, segundo pesquisa, registra 77% de rejeição, mas acumula penca de processos na Justiça Eleitoral.

Piso salarial

Por aclamação, os conselheiros seccionais aprovaram minuta do projeto de lei que será encaminhada ao Executivo estadual e prevê a criação de piso salarial da advocacia paraense. Valores aprovados vão de R$ 2.640, para uma jornada de 20 horas semanais a R$ 3.432, para jornada de 40 semanais, ou  dedicação exclusiva. A Comissão da Jovem Advocacia da OAB promoveu plenárias, audiências públicas e consultas. Em 2019, o Conselho Seccional aprovou o piso ético, que vigora atualmente. 

  • A parte do PSDB que se rendeu aos encantos do governador Helder Barbalho acena com a possibilidade de o partido ceder o candidato a vice para a chapa do MDB.
Divulgação
  • Em linha direta, Joy Colares (foto) informa que o Sindilojas e 24 sindicatos empresariais do Brasil entraram com ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a substituição do IGPM como índice de reajustes dos contratos de aluguel.
  • A Justiça Federal homologou acordo em que a UFPA se compromete a adotar listagem de repescagem unificada, mesmo nos cursos em que ainda prevalece a regra do fracionamento de vagas, pelo qual o candidato, no ato de inscrição, deve escolher se pretende disputar as vagas oferecidas no primeiro ou no segundo semestre.
  •  Enfim, com tudo que rolou nas férias – aglomerações, descuidos e tal – o que falta para liberarem 50% de torcedores nos estádios de futebol?
  • Seria uma boa as universidades no Estado fazerem um estudo do biótipo do povo para ter o vetor dobre quais modalidades esportivas seriam apropriadas aos paraens.

Um diagnóstico desse tipo auxiliaria governos, investidores, entidades e clubes a investirem em atletas.

  • Em Cuba, a Justiça julgou 62 pessoas por protestarem em 11 de julho. Devem receber multas ou prisão de até quatro anos.
  • A grande mídia pouco ou nada diz, mas um incêndio florestal na Califórnia deixou a vila de Greenville, nas montanhas de Sierra Nevada, em cinzas.
  • Alemanha, França e Israel ignoram a OMS: aplicarão uma terceira dose contra Covid-19.
  • Já a Itália tornará obrigatório o passe sanitário em escolas e no transporte público, atestando que o portador está vacinado, se recupera ou testou negativo para a doença.
  • Os receios fiscais abafaram a vitória do governo com a aprovação da privatização dos Correios pela Câmara. O texto vai ao Senado, com vistas a permitir a venda de 100% da empresa em leilão previsto para abril de 2022.
  • O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, manteve a quebra dos sigilos do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, decretada pela comissão da Covid.