Filiação de Josenir Nascimento provoca incêndio no PT paraense, leva senador Paulo Rocha a encontro com a presidente nacional do partido, deputada Gleise Hoffmann, e deixa a cambaleante candidatura Beto Faro ao Senado por um fio/Fotos: Divulgação.

O vazamento da filiação de Josenir Nascimento – lobista alçado pelas mãos do governador Helder Barbalho ao panteão da política majoritária atropelando políticos de carreira – não só colocou lenha na fogueira do PT como ameaça queimar os acordos paroquiais que sustentam a candidatura do deputado federal Beto Faro ao Senado. Enquanto o senador Paulo Rocha voou para São Paulo para se encontrar com a presidente nacional, deputada Gleise Hoffmann, cardeais do partido em Belém discutem a legalidade da filiação de Josenir, que teria atropelado regras e ferido de morte o estatuto do PT. Do encontro entre Paulo Rocha e Gleise Hoffmann, segundo avaliam fontes do partido, pode-se esperar tudo – inclusive nada -, mas parece que o carro de Beto Faro quebrou antes da volta de apresentação.

Murmúrios de corredor dão conta de que o deputado Zé Geraldo declarou guerra à situação, passando a se posicionar ao lado de Paulo Rocha, uma vez que teve usurpado o direito à vaga de suplente do partido acordada em janeiro. A ideia é usar o episódio da filiação, que passou pelo diretório e não pela Executiva do partido para romper com Helder Barbalho. Internamento, fala-se em suposta pesquisa de intenção de voto que colocaria Paulo Rocha tecnicamente empatado com Helder na disputa pelo governo em eventual segundo turno.

Sem candidato para chamar de seu

A verdade é que o governador Helder Barbalho não terá um candidato para chamar de seu ao Senado – e se tivesse a possibilidade de escolher, seu candidato não seria Beto Faro. O governador terá três candidatos orbitando em sua base: Manuel Pioneiro, Beto Faro – dependendo do cenário que se desenha a partir da filiação de Josenir Nascimento – e Flexa Ribeiro. A movimentação do Beto Faro com Josenir tirou mais um naco do PT, que foi fundamental no golpe dele contra Paulo Rocha. O grupo de Zé Geraldo tinha como certo que ele, Zé Geraldo, seria o primeiro suplente.

Tapete estendido para Pioneiro

Em tempo: nos festivais lisérgicos que deve promover, o PT de Beto Faro sonha tê-lo governador em 2026, caso em que o suplente ganharia de graça quatro anos nababescos em Brasília. Então, para Zé Geraldo, o que está em jogo não é apenas uma composição na chapa, mas a efetivação de um mandato futuro. Logo, não deixará barato a traição de Beto Faro, que está conseguindo o impossível: colocar todos contra ele, deixando a avenida aberta para Manuel Pioneiro desfilar.

Papo Reto

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  • O que se diz é que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social de Ananindeua paga plantões para agentes que participam de eventos públicos – e eventos públicos abundam em ano eleitoral…
  • O governador Helder Barbalho rejeitou sem pestanejar lista encaminhada à Casa Civil por uma secretaria de viagens com pedido de 27 exonerações.
  • O prédio do Colégio Pedro Amazonas Pedroso, à Almirante Barroso, está entregue às baratas e deve fechar para reforma, mas os alunos não sabem ainda para onde vão.
  • Depois de quase três décadas, o jornalista Zaire Filho pretende deixar a coordenação do Troféu Camisa, da RBA TV, que escolhe, via torcedores, a seleção dos melhores do campeonato paraense.
  • Na inauguração do Centro de Referência de Educação Infantil Professor Orlando Bitar, em Belém, um dos depoimentos mais tocantes foi o do engenheiro Nelson Chaves (foto).
  • Então conselheiro do TCE, Nelson Chaves foi idealizador do projeto que não só revitalizou o prédio histórico, mas também transformou a antiga escola estadual de ensino médio em serviço essencial.
  • A Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ determinou ao TJ do Mato Grosso do Sul suspender as execuções contra cartorários interinos nomeados entre 2010 e 2020 por não haver obrigatoriedade do teto constitucional. O ressarcimento fica por conta do Estado.
  • A retirada da bandeira de escassez hídrica fará a conta de luz cair 18%, sem expor empresas em situação de risco, segundo o ministro Paulo Guedes.
  • Voadoras – que não refrescam o bolso de ninguém – aumentaram de novo o preço da bagagem despachada.  A Gol, por exemplo, passou a cobrar de R$ 95 a R$ 250 nos voos domésticos e de R$ 199 a R$ 650 nos voos internacionais.