Paciente caiu de maca improvisada enquanto aguardava atendimento. Vídeos mostram a angustiante situação nos corredores de pronto-socorro da capital/Foto: Divulgação-Imagens e áudio-Redes Sociais-Whatsapp.

Prova de que para baixo todo santo ajuda. A paciente Raimunda de Souza, que vem a ser mãe de conhecido músico de Belém, foi levada por uma filha ao Pronto-Socorro da 14 de Março, ontem, em busca de atendimento contra fortes dores no abdome. Ao chegar, foi colocada em maca utilizada pelos serviços de urgência, por falta – ainda que momentânea – de equipamento específico na unidade de saúde, que se encontrava, como sempre, lotada e com pacientes à espera de atendimento nos corredores com os mais diferentes males.

Dona Raimunda é diabética e faz hemodiálise semanalmente Como não tem plano de saúde, precisou se submeter ao infortúnio que é a saúde pública em Belém. Enquanto esperava atendimento, Dona Raimunda acabou virando vítima do próprio pronto-socorro. Funcionária do hospital que transitava pelo corredor empurrando uma cadeira de rodas na tarefa de atender outros necessitados tentou passar entre a maca em que estava Dona Raimunda e a parede. O espeço reduzido, mais que uma suposta imprudência, provocou o desastre inevitável: Dona Raimunda caiu, bateu com a cabeça na parede e não pode conter o impacto.

Nessa fronteira o pronto-socorro entrou em polvorosa, mas era tarde.

Depois de exames de raios-x – a medicação cuja necessidade a levou em busca de atendimento no pronto-socorro deixou se ser prioridade -, a equipe de plantão confirmou o que todos temiam: a paciente quebrara um braço em três partes e, ainda por cima, deslocara a clavícula.

A coluna não teve acesso às justificativas do hospital, mas, segundo vídeo e áudio encaminhados pela família, a paciente não teve o atendimento que buscou, muito menos a consideração de ser encaminhada a outro hospital para tratamento devido. É apenas mais uma vítima do sistema.