Unidade de Atendimento à Saúde da Mulher, à João Balby, está com o atendimento falido, enquanto o Centro de Atendimento Psicossocial, à Governador José Malcher, suspendeu os serviços por conta de um gracioso recesso natalino/Divulgação-Comus.

A Prefeitura de Belém acaba de inaugurar o surto com hora marcada. Um jovem casal precisando de atendimento para tratamento de problemas com drogas procurou a Centro de Atenção Psicossocial, à Governador José Malcher, ontem, e deu com a cara na porta. O Centro não está funcionando. A funcionária de plantão – assim, meio que sem jeito – informou que a equipe de trabalho está em “recesso de final de ano”. Sério – e a saúde pública de Belém segue descendo ladeira abaixo.

Só para lembrar, os Centros de Atenção Psicossocial são instituições brasileiras que visam à substituição dos hospitais psiquiátricos. Então, com todo o respeito, como a gestão Ed 50, a não ser pela ausência absoluta e sem precedente para uma administração pública pode fechar um serviço altamente essencial a título de ‘recesso natalino’?

Desprezo à saúde da mulher

Você pensa que já viu de tudo? Errado. Circula nas redes sociais, que, no caso da Prefeitura de Belém – e em se tratando de saúde pública -, tem funcionado como uma espécie de ‘muro das lamentações’, documento denunciando o estado de abandono em que se encontra a unidade especializada em saúde da mulher, a URE-Mulher, inaugurada com pompa e circunstância pela administração anterior.

Começa assim: “Infelizmente, dia após dia, recebemos notícias e determinações que dificultam cada vez mais a normalidade de nosso serviço. Estamos verdadeiramente passando por um momento de crise na saúde municipal. Cada um de nós tem sua capacidade interpretativa sobre essa dura realidade”.

Apelos caem no vazio

O documento aponta que a direção da unidade ‘cobra, debate, solicita (providências) e repassa insistentemente’ à Secretaria de Saúde e ao gabinete de sua excelência o prefeito’, sem resultados, sendo por vezes obrigada a adquirir produtos para a manutenção dos serviços pagando do próprio bolso.

 “São dias difíceis, principalmente para os nossos colegas, pais de família, da LimpCar, que não recebem salários há três meses”, diz a postagem, acrescentando que “causa angústia ver um prédio novo se encontrar em estado de deterioração por falta de manutenção”. E conclui: “Espero que surja alguma luz no fim do túnel para que ainda tenhamos chance de salvar nossa Unidade e as mulheres que dela necessitam”.

Retrato do mais do mesmo

Sem querer botar lenha na fogueira, que já é ardente, o retrato da URE-Mulher é o mesmo da maioria das unidades de saúde administradas pela sonhadora gestão do prefeito Edmilson Rodrigues; só muda o endereço.