Centro das principais polêmicas na saúde pública na pandemia de Covid-19, o Hospital Abelardo Santos, administrado pela OS Mais Saúde, estaria com a maior parte do quadro funcional contaminado pela doença, mas a Sespa ainda não foi informada/Agência Pará.

Não fosse a lei do silêncio a que são submetidos pelo tacão da OS Instituto Mais Saúde, mas, principalmente, pela falta de confiança no aparelho do Estado, funcionários do Hospital Regional Abelardo Santos, no Distrito de Icoaraci, já teriam denunciado à Secretaria de Saúde o que chamam de “estado de calamidade” que envolve a unidade de saúde. Em denúncia encaminhada à coluna, funcionários dão conta de que cerca de 60% do quadro de servidores testaram positivos para Covid-19, mas seguem trabalhando por exigência da administração do hospital, inclusive com ameaça de demissão. Os denunciantes temem levar o caso à Sespa temendo retaliações, mas defendem a ideia de que, diante da crítica situação, o hospital deveria ser “interditado” pelo governo por representar “grave problema de saúde pública”.

Segundo a denúncia, nem todos os servidores se submeteram a exames, mas a doença teria se propagado do pessoal encarregado da limpeza, passando por agentes de portaria a enfermeiros e médicos, todos trabalhando e dobrando plantões – enfermeiros, aliás, sem receber os vencimentos integralmente. Há casos de profissionais que, de tão cansados, se isolam em salas do hospital e dormem, deixando pacientes sem atendimento. A contaminação em massa parece não ter a menor importância para a OS Mais Saúde, cujos diretores se estabeleceram e progridem na rede hospitalar da Grande Belém.

Prefeitura trava dinheiro
do Fundeb em Bragança

Em Bragança, professores da rede municipal não descartam a possibilidade de novo protesto contra o que eles consideram uso inadequado dos recursos destinados para o município pelo Fundeb. Cada professor recebeu cerca de R$ 1,5 mil, o que, segundo a categoria, não representa sequer um quarto do que deveriam receber à luz do valor total repassado à prefeitura. O dinheiro aparece no Portal da Transparência, mas o motivo de permanecer lá, inclusive sem o devido uso, ninguém consegue responder. Nem mesmo o prefeito Raimundão.