Polêmica está no pênalti marcado em favor do time bicolor na partida de ida, em Marabá, quando o árbitro Kleber Lobo interpretou como dentro da área falta cometida fora da área7Fotos: Divulgação.

A equipe de Marabá protesta e lembra que ‘grandes’ do futebol paraense, ao se beneficiarem de ‘improváveis e inexplicáveis decisões’ deixam de montar equipes competitivas em competições nacionais e vão ficando para trás.

A Federação Paraense de Futebol optou pelo silêncio como resposta ao pedido do Águia de Marabá sobre a presença de Árbitro de Vídeo (VAR) e da arbitragem da Fifa para a partida de volta contra o Paysandu, válida pelas semifinais do Campeonato Paraense 2023. O time de Marabá emitiu nota de repúdio depois da derrota para o Paysandu por 1 a 0, no último sábado, no Estádio Zinho Oliveira.

A polêmica está no pênalti marcado em favor do time bicolor. Imagens de TV mostraram que a falta sofrida por Eltinho, do Paysandu, foi, na verdade, fora da área, mas o árbitro Kleber Lobo interpretou de forma diferente e acabou marcando a cobrança de tiro livre. Mário Sérgio converteu e não só deu a vitória ao time da capital como assumiu a artilharia do Parazão, com nove gols.

Grito de alerta

Após a partida, a diretoria do Águia repudiou o que chamou de “sistêmico e histórico favorecimento” dos times da capital por meio da arbitragem. De acordo com o documento, “ao se beneficiar historicamente dos ‘erros humanos’ da arbitragem paraense, Remo e Paysandu deixam de montar times fortes, podendo atropelar dentro de campo para apostar nessas ‘improváveis e inexplicáveis’ decisões da arbitragem local. O resultado disso é que, ao disputar competições nacionais, os ‘grandes’ paraenses vão ficando para trás de Estados que antes tinham menos peso, como Goiás, Mato Grosso e Maranhão”.

Democracia duvidosa

Marabaense de nascimento, o deputado estadual Dirceu Ten Caten também manifestou repúdio ao episódio e foi mais longe. Trouxe à tona as disparidades no repasse de cotas de TV e de patrocínio entre os ‘grandes’ da capital e os times do interior, alegando que, isso, por si só, já é motivo suficiente de revolta entre os clubes que disputam a Série A do Campeonato Paraense.

 “Como falar em democracia? Vejam a desproporção nos patrocínios do Banpará, as desproporções nos repasses da Funtelpa. Além de jogarem com todas essas desigualdades, os clubes do interior ainda sofrem com as parcialidades dos árbitros. O filme é sempre o mesmo!”, desabafou.

Lei do silêncio

Procurada para falar sobre o caso, a FPF, por meio da assessoria de imprensa, informou apenas que não irá se manifestar. E segue o andor.

Paysandu e Águia voltam a se enfrentar no próximo sábado, 29, no Mangueirão, em Belém. Muito provavelmente sem a presença do Var e, talvez, com arbitragem da Fifa. Como venceu a primeira partida, o Papão joga pelo empate. Vitória do Águia leva a decisão para os pênaltis. Quem passar disputará o título estadual com o vencedor de Remo x Cametá.